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Finados: “Que a fé nos ajude a superar a dor da perda”

Nesta quinta-feira (2), a Igreja comemora o Dia de Finados. A data começou a ser vivida na vida monástica, por ordem de um abade, que decretou que o dia em seguida à Solenidade de Todos os Santos fosse dedicado à oração por todos os falecidos. Com o passar dos anos, as igrejas da região assumiram a prática, e por fim, a Igreja decretou a data a ser comemorada em todo o mundo.

 

O bispo diocesano Dom José Roberto Fortes Palau deixou uma mensagem de esperança e do quanto o luto e as homenagens são importantes para a fé cristã. “A sagrada escritura apresenta o luto como uma expressão natural e correta de nossa tristeza. Quando alguém morre, quando a gente perde uma pessoa próxima, vem o luto. Muitos personagens bíblicos ficaram de luto por seus entes queridos. Ao saber da suposta morte de José, Jacó, rasgou suas vestes, vestiu-se de luto e lamentou a perda de seu filho querido por muitos dias. Não foi só um só dia, foram muitos. Todos os seus filhos e filhas vieram consolá-lo. Era comum a comunidade se juntar para consolar a família enlutada”, explica

 

A morte é sempre um acontecimento triste, diz o bispo. “Durante o luto, as pessoas têm a oportunidade de expressar sua tristeza, sua dor. Isso é muito importante porque a morte de uma pessoa causa emoções muito fortes e intensas que precisam ser bem elaboradas para não criarem bloqueios e traumas profundos naqueles que ficam. O próprio Jesus chorou diante do túmulo de Lázaro, externou a sua tristeza pela perda do amigo. Chorou, mas não se desesperou”, disse.

 

Para o bispo, a fé cristã nos dá a certeza da continuidade da vida após a morte. “Nesse sentido, podemos afirmar que o luto cristão é marcado pela tristeza, jamais pelo desespero”, afirma. Uma forma de trabalhar o luto é levar flores aos túmulos das pessoas queridas.

“Esse simples gesto é um rito muito significativo. As flores simbolizam o Jardim, o Paraíso, a felicidade eterna que desejamos aos nossos entes queridos. Tudo está expresso nesse gesto tão simples e singelo. Levar flor ao túmulo da pessoa visitando sua sepultura. Renovamos dentro de nós a gratidão e o amor a essas pessoas queridas. Eles garantem que o bem e os valores Nobres por elas ensinados continuam vivos em nossa vida e no nosso modo de ser”, explica.

Tudo ajuda a superar o luto. “Para nós, que vivemos de fé, a recordação dos defuntos deve ser prezada, jamais esquecida.

Os mortos são realmente mortos quando morreram na recordação dos vivos. Isso também ajuda no trabalho de luto. A própria igreja católica em todas as missas, reza por todos os mortos, ninguém fica sem oração na igreja. O que é feito para um vale para todos. A morte é algo que sempre vai nos incomodar. Vida sem limite temporal é a mais profunda aspiração que trazemos dentro de nós. É da natureza humana”, explica.

 

Cultivar a memória dos falecidos faz parte das grandes culturas da humanidade. Isso ajuda e muito a superar o processo de luto e demonstra que o ser humano, mesmo nos projetos mais primitivos, tinha consciência da dignidade e de alguma forma, da vida depois da morte. “Somente na mensagem de Jesus Cristo, encontramos a resposta para o mistério da vida e da morte, a salvação cristã.

Podemos esperar firmemente que o espírito de Deus, que ressuscitou Jesus entre os mortos, dará também vida aos nossos corpos mortais. Porque esse mesmo espírito habita em nós. Essa é a nossa fé, razão da nossa alegria, força para superar o luto. Por isso que eu disse tristeza, sim, desespero jamais. Que a fé nos ajude a superar a dor da perda. A dor do luto, amém”, disse.

 

 

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