Foto de capa da notícia

ALAMM quer expandir atendimento em Limeira

A ALAMM (Associação Limeirense de Autismo Mundo Melhor) surgiu da união de pais e mães que vivenciam a falta de perspectivas sociais e políticas públicas voltadas a pessoa autista no município de Limeira. Recentemente, a instituição foi declarada utilidade pública propiciando assim a oportunidade de captar recursos e parcerias e cumprir os objetivos propostos pelo grupo de pais em meados de 2016.

 

Recém instalada no prédio que abrigava a Creche São Vicente de Paulo, hoje a associação atende 35 crianças e jovens com TEA - Transtorno de Espectro Autista, mas o sonho é expandir ainda mais. “Nosso objetivo é não deixar ninguém da cidade de Limeira que tem o diagnóstico TEA sem atendimento”, disse Willian Frank Gonçalves. Sua história de luta por atendimento humanizado ao filho diagnosticado com TEA aos 4 anos se conectou a de demais pais de Limeira que se viram na mesma dificuldade. “O tratamento particular é muito caro então essas famílias resolveram se unir, pra propiciar de uma certa forma a terapia de seus filhos”, explica.

 

O atual tesoureiro da associação também explica que por parte do Poder Público, não tinha atendimento suficiente na cidade. “Essas famílias se viram na necessidade de ter que se mobilizar e ter que lutar pelos seus filhos. A instituição surgiu justamente neste momento em que os pais não poderiam deixar seus próprios filhos desamparados”, disse.

 

Assim, desde o dia 28 de abril de 2016, a associação vem enfrentando vários desafios, mas a missão de criar programas de adaptação, integração social e inclusão vem persistindo e se fortalecendo ao longo desses anos. “Conseguimos resistir todo esse período de muita luta, passamos pela pandemia da Covid-19, e sobrevivemos através da ajuda das famílias dos próprios associados, e suprir os gastos com os profissionais particulares”, explica.

 

As fontes de recursos que sustentam as atividades desenvolvidas pela ALAMM vêm de eventos, patrocínios e apadrinhamentos contando com o trabalho de voluntários e familiares das crianças atendidas. Através de ações sociais, a associação conseguiu manter os atendimentos, mas a luta seguia, já que o objetivo era abranger ainda mais famílias. “Vendemos pizzas, feijoada e diversas ações para angariar fundos para o custeio dos atendimentos, mas era necessário atender outras famílias que chegavam à nossa parta e que pedia por atendimento. A associação não podia abraçar esses pais, não podia proporcionar atendimento a eles, nem se quer conseguir acolhê-los por que não tinha recursos financeiros”, destacou.

 

Hoje, as crianças e adolescentes recebem atendimento psicopedagógico, atividades de natação e equoterapia. E o trabalho vai além. O apoio psicológico é muito importante. Receber um diagnóstico de autismo pode causar diversas reações e sentimentos nos pais da criança ou jovem com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). A ALAMM, através de uma profissional capacitada e especialista, ajuda a identificar as necessidades das famílias e ajudar os pais a priorizarem as tarefas e reduzir a ansiedade associada à sobrecarga.

 

No período de atendimento dos seus filhos as mães aprendem com a orientadora práticas de costura e gastronomia que podem praticar nas instalações da associação e aprenderem uma profissão para o sustento familiar. Não apenas isso, as oficinas geram também a oportunidade de socialização entre as famílias, que compartilham suas experiências e se ajudam mutuamente. Além do apoio às famílias, um dos objetivos futuros da associação, é oferecer oficinas profissionalizantes aos adultos com TEA.

 

Com a certificação de utilidade pública, o objetivo agora é criar uma lista de espera e com a captação de recursos pelo terceiro setor e pelo próprio poder público, expandir o atendimento em Limeira. “A ALAMM veio preencher esse espaço de atendimento especializado que é um déficit na cidade. Vamos abrir uma lista de espera, todos os pais, todas as famílias que tem o seu filho TEA e que já tem diagnostico e o laudo podem procurar a associação na sua sede. Aqui eles serão atendidos, cadastrados e passarão por uma triagem. Na medida do possível, conforme os recursos financeiros, elas serão chamadas e atendidas. Agora com o certificado de utilidade pública abre-se um novo horizonte para as famílias TEA de Limeira. Para que elas possam ter de fato atendimento clínico terapêutico humanizado para seus filhos e uma equipe multidisciplinar. Tudo em um só lugar”, disse. 

A ALAMM (Associação Limeirense de Autismo Mundo Melhor) atende das 9h às 18h e interessados em conhecer o espaço, se voluntariar e apadrinhar podem procurar a equipe na sede da instituição localizada na Rua Cap. Flamínio Ferreira, 31 – Centro.

 

Comentários

Compartilhe esta notícia

Faça login para participar dos comentários

Fazer Login