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Em meio à onda de calor, bairros de Limeira sofrem com falta d'água

Eduardo Guimarães chega do trabalho todos os dias após às 18h, mas vem enfrentando problemas para os afazeres domésticos. “Chego do trabalho e é hora de tomar banho, fazer o jantar e lavar louça, mas a água sempre acaba”, disse. Ele relata que nos últimos dias, o abastecimento vem normalizando após às 00h. “Tenho criança em casa, é muito complicado, ainda mais com esse calor”, disse.

 

Assim como Eduardo, aumentou o número de reclamações de moradores em diversos bairros de Limeira, que vem sofrendo com abastecimento de água em suas residências. A Gazeta vem recebendo, desde sexta-feira (15), inúmeros relatos por conta da falta d’água, principalmente no período da noite. Procurada, a BRK Ambiental informou que as altas temperaturas têm aumentado significativamente o consumo de água em Limeira, o que impactou nos níveis de reservação de água tratada na cidade.

 

“Foi essa a razão das oscilações pontuais no abastecimento em alguns bairros nos últimos dias. A concessionária está atenta ao tema e vem trabalhando ininterruptamente para garantir a continuidade dos serviços em toda cidade”, destacou.

 

Leitores da Gazeta pontuaram que o abastecimento em alguns bairros não foi afetado somente neste final de semana. “Aqui no alto do Graminha quase todos os dias acaba a água na parte da tarde, e volta só de madrugada. A gente liga a torneira e vem com pressão de ar. Minha conta esse mês subiu 30 reais mesmo ficando sem água”, destacou uma moradora. “Quase todos os dias no período noturno acaba a água no Jardim Aeroporto”, disse outra leitora.  “Todos os dias aqui no Ouro Verde depois das 14 horas já começa a ficar fraca e a partir de sexta começa a desligar totalmente às 10 horas da manhã e depois só volta de manhã e logo desliga de novo. Tira dos pobres para não faltar para os ricos. Querem desligar por falta de chuva? Então desliga de todos”, desabafou outra leitora. “Não é só fim de semana! E outra coisa, sem água e o relógio continua girando, o que está acontecendo?”, questionou. Sobre a questão da pressão de ar, a BRK não respondeu aos questionamentos.

 

Embora os reservatórios estejam, nesse momento, com níveis suficientes para o abastecimento da cidade, a BRK alertou para o uso consciente da água. “Evitar atividades que podem ser adiadas, como lavagem de carros ou de calçadas, é indispensável. A atenção deve ser redobrada nos fins de semana quando o consumo aumenta significativamente, seja pela presença de mais pessoas em casa, seja por práticas de lazer típicas do calor, como as piscinas”, afirmou.

 

A Gazeta questionou a porcentagem de consumo de água nos últimos dias devido à onda de calor. “Com o início do próximo ciclo de leitura, em janeiro, será possível ter uma dimensão do volume de água consumido na cidade em dezembro. Os níveis de reservação, contudo, já indicam que o volume está entre os maiores do ano”, destacou.

 

FALTA DE ELETRICIDADE

 

Na reunião de ontem da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), a BRK Ambiental informou que os problemas principais de interrupções no abastecimento de água ocorreram no início de novembro, quando fortes tempestades afetaram o fornecimento de energia elétrica em toda a cidade. Logo em seguida, houve a primeira onda de calor que implicou no que ele considerou como um consumo exageradamente excessivo de água durante mais de duas semanas. Segundo o representante da BRK, tanto as interrupções no fornecimento de energia, quanto as ondas de calor voltaram a ocorrer no mês de dezembro.

 

CONDOMÍNIOS

 

Os representantes de condomínios apresentaram suas queixas à empresa BRK. Todos são síndicos em regiões próximas e relataram falta de água constante. Diego relatou que o problema ocorre principalmente nos meses de outubro, novembro e dezembro, enquanto Valéria reclamou que o condomínio e o bairro Fênix sofrem com a falta de água há mais de três anos. “Nos sentimos reféns e discriminados pela BRK. É um problema de saúde que não afeta só os condomínios, é de ordem pública”, pontuou a síndica.

 

 “Apesar de operarmos na capacidade máxima de captação, produção e distribuição, não foi suficiente para abastecer todos os locais”, o gerente de operações, Alexandre Leite. Ele também disse que a interrupção no abastecimento de água é mais percebida nas regiões mais distantes e mais altas da cidade.

 

Quanto aos condomínios, explicou que uma série de normas técnicas precisam ser atendidas e que parte dos problemas enfrentados podem estar relacionados à falha de concepção no momento da construção dos empreendimentos. “É importante que, passado esse momento, as pessoas e os condomínios busquem regularizar seus reservatórios internos de água. A obrigatoriedade da concessionária é a entrega no cavalete, dali para dentro é responsabilidade do morador ou do condomínio”, salientou.

 

ELEKTRO

 

A Gazeta procurou o gerente de distribuição da Elektro, Fábio Lima, para esclarecer sobre os problemas no fornecimento de energia. Segundo Fábio, nos últimos 30 dias não houve interrupção de energia na captação de água. Ele explicou que os últimos registros foram no dia 3 de novembro com as fortes chuvas ocorridas na cidade e no dia 6 de novembro por um problema pontual. A Elektro e a BRK inclusive, mantém um canal de comunicação entre seus representantes.

 

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