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“Uso do preservativo é a principal forma de prevenção a ISTs”

 

Médica Infectologista ressalta importância da prevenção e também do tratamento correto quando há o diagnóstico

 

A campanha Dezembro Vermelho marca uma mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), chamando a atenção para a prevenção.
A Gazeta mostrou nesta semana, neste ano, em Limeira, foram registradas 28 ocorrências. Os dados são da Divisão de Vigilância Epidemiológica. Quanto à faixa etária das notificações agora em 2023, as idades variam de 20 a 34 anos.
A médica Maria Beatriz Bonin Caraccio, infectologista da Unimed Limeira, destaca que é fundamental reforçar às pessoas a importância da prevenção, diagnóstico e do tratamento corretos. A melhor maneira de prevenção é o relacionamento sexual seguro com o uso de preservativos.

Qual a importância do Dezembro Vermelho, que visa conscientizar contra o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis?

O Dezembro Vermelho é importante assim como o Outubro Rosa e o Novembro Azul que são marcados pela prevenção do câncer. O Dezembro Vermelho é importante para relembrar e reforçar às pessoas de reduzirem o risco de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e fazer o diagnóstico precoce daqueles que, eventualmente, possam ter.

Muita informação é propagada sobre a prevenção, mas as pessoas ainda se colocam em risco?

Infelizmente as pessoas ainda se colocam em risco, se acham fora de risco e acabam se colocando nele basicamente por atividade sexual sem preservativo que é a principal forma de prevenção de ISTs.

Quais são as ISTs?

As principais infecções de transmissão sexual conhecidas são o HIV, a Sífilis, que só cresce no país infelizmente porque as pessoas têm atividade sexual com múltiplos parceiros sem preservativo e é uma doença que, infelizmente, envolve terceiros. Muitos dos casos de Sífilis e até de HIV são descobertos durante a gestação. Mães que fazendo o pré-natal descobrem que têm sífilis e precisam tratar porque colocam em risco os bebês.
Outras doenças são condiloma, a crista de galo, gonorreia, hepatite B. Tem uma série de outras doenças, mas essas são as principais.

Qual a melhor forma de prevenção?

Duas orientações são de extrema importância e a primeira é sexo seguro. Não é de hoje que a gente fala e ouve falar sobre isso. Redução no número de parcerias, parcerias responsáveis e uso de preservativo.
Só tem duas formas de prevenção: uma é a abstinência completa, não ter relações e a outra é usar preservativo. Então é importante que se tenha uma postura de sexualidade segura e uso de preservativo.

O segundo método de prevenção é se uma pessoa tem uma IST, ela precisa fazer o diagnóstico e fazer o tratamento e informar os parceiros e parceiras porque investigando os outros, se foi transmitido, se trata e se não foi transmitido evita que essa pessoa transmita para outros.

Outra questão é para as gestantes. Se a mulher descobre que tem o HIV ou Sífilis durante a gestação é feito o tratamento e tudo isso para evitar a transmissão da mãe para o bebê.

Uma outra forma de prevenção, no caso da Hepatite B, que é considerada uma infecção sexualmente transmissível é a vacinação. A vacinação é universal, já é feita primeira na maternidade e está disponível das unidades de saúde. As vacinas para HPV são feitas para pré-adolescentes e adolescentes antes do início da vida sexual e também previne o aparecimento das lesões do HPV, assim como ao longo dos anos reduz muito o risco de câncer de colo do útero e câncer de pênis, que são intimamente associados a presença crônica do vírus HPV.

Quando desconfiar de uma infecção e procurar ajuda?

Sempre que tiver algum sintoma. Por exemplo, um corrimento em um homem, é importante que procure auxílio médico para diagnóstico correto. Muitas dessas ISTs, com alguns tipos de remédio, elas diminuem a secreção, por exemplo, mas não tratam, e elas são transmitidas às pessoas com quem essa pessoa tiver a relação sexual. Então, é muito importante que se tiver sintoma ou suspeitar que tem uma IST que procure atendimento médico para fazer o diagnóstico, o tratamento adequado e tratar todos os parceiros e parceiras envolvidos até porque, como disse antes, há o risco de transmitir a doença ao bebê na gestação e na hora do parto.

Como é o diagnóstico dessas doenças?

Uma coisa importante é que algumas dessas lesões ficam na forma subclínica. Então, por exemplo, a esposa tem lesão genital de crista de galo, ou condiloma, ou só descobre que tem ao fazer o Papanicolau. É importante fazer o Papanicolau porque o condiloma está associado ao longo dos anos à evolução para câncer de colo de útero. Então, ao investigar e o homem tem lesões pequenas, ou subclínicas, que a gente não consegue ver a característica habitual, mas existem exames específicos para diagnosticar. Em outras ISTs o diagnóstico pode ser feito através de exames de sangue, que é o caso da Sífilis.

No caso do HIV, como funciona o tratamento?

No caso do HIV o tratamento é iniciado assim que se faz o diagnóstico e a pessoa irá tomar remédio para o resto da vida. Isso faz com que exista um bloqueio da multiplicação do vírus. Com isso, o vírus não morre, a pessoa continua infectada pelo HIV mas isso bloqueia a multiplicação. Quando isso ocorre, é reduzida a destruição dos mecanismos de defesa e por isso a imunossupressão causada pelo HIV não progride.

Como outras ISTs podem ser tratadas?

Nas outras ISTs, ao fazer o diagnóstico já se trata de imediato o achado. Normalmente são tratamentos mais curtos com exceção da hepatite B crônica que é uma doença que o tratamento é mais complexo, depende do estágio da doença, mas depende especificamente de cada caso.

Como médico (a) qual principal orientação sobre o tema?

As vacinas que estão disponíveis precisam ser tomadas e ser feitas dentro do calendário e sexo seguro sempre. Esse mês foi feito para reforçar as informações que todo já tem acerca da prevenção.

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