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Líderes religiosos defendem o combate a intolerância

A cidade de Limeira foi a primeira a ter um Fórum Inter-Religioso Municipal. A iniciativa foi fomentada pelo Fórum Estadual por meio da Secretaria da Justiça e Cidadania, que já serviu de exemplo para outros municípios paulistas e estados também. As lideranças do segmento religioso de matriz africana articularam-se com líderes de outros segmentos, dentre eles budismo, islamismo, catolicismo, judaísmo, protestantismo, e deu-se início a uma série de reuniões na Secretaria da Justiça.

 

“Estamos empenhados em alcançar os objetivos do Fórum, na defesa, proteção e promoção da liberdade religiosa. O Estado é laico, imparcial a todas as religiões, e por meio do Fórum Inter-religioso defende liberdade religiosa como direito de todos. O Fórum Inter-religioso, vem atuando incessantemente na implementação da Lei Estadual 17.346, de 2021, de âmbito administrativo, pioneira no Brasil, dispõe de sanções aos que praticam atos de intolerância religiosa no Estado de São Paulo”, destaca Vania Soares Secretária-geral e presidente do Comitê Gestor do Fórum Inter-religioso do Estado de São Paulo.

 

As religiões de matrizes africanas são as maiores vítimas da intolerância religiosa. “O Fórum, tem servido de estímulo e incentivo para outras unidades da federação que tem visitado a Secretaria para buscar informações sobre a organização estrutural e as ações. Bem como visita de autoridades estrangeiras do Departamento de Estados dos Estados Unidos da América, ligados à Liberdade Religiosa”, destacou.

 

Ainda segundo Vania, o Estado de São Paulo, tem avançado na promoção da cultura de paz e no combate à intolerância religiosa, no entanto para que ações de políticas públicas possam se concretizar e a lei seja efetiva, a participação da sociedade é fundamental. Intolerância religiosa é crime precisa ser denunciada. "Um mundo de Paz é a gente  que faz" .

 

No Brasil, a Constituição Brasileira, em seu Artigo V, Inciso VI, preconiza que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias, entretanto, a desinformação, o preconceito, a discriminação e a intolerância continuam sendo os principais motivos do desrespeito as religiões.

 

Em entrevista para a Gazeta, líderes religiosos de Limeira e do estado, destacaram que o combate a intolerância religiosa só alcançará o respeito aos professos de uma crença ou ainda aos que não professem crença alguma, quando houver envolvimento da sociedade, e políticas públicas específicas for realidade.

 

“Acredito que o combate a intolerância religiosa só acontece quando trabalhamos com nossas crianças o respeito com o diferente dentro de nossos lares, no ambiente escolar e em nossos templos. No futuro, essas crianças serão agentes sustentadores e propagadores da tão esperada Cultura de Paz!”, disse Evandro Fernandes - Sacerdote Umbandista.

 

“O Brasil é formalmente laico e possui um belo discurso sobre tolerância e respeito à diversidade religiosa, mas o cotidiano das minorias revela uma realidade diametralmente oposta. Especialmente os adeptos de religiões de matriz africana e indígena têm sido alvo de violências diversas. Enquanto não houver liberdade para todas as famílias religiosas, a própria democracia estará incompleta. Assim sendo, defender a liberdade religiosa como direito humano fundamental é defender a própria democracia”, afirmou Humberto Ramos, coordenador de Otros Cruces.

 

“É sempre importante ressaltar que a Divindade é ampla, múltipla, diversa e amorosa. Somos expressões de sua amplidão. A diversidade religiosa é só uma faceta disso”, enfatizou Selune Marupiara, sacerdotisa representante do paganismo.

 

“Precisamos combater a intolerância religiosa porque ela é diretamente contrária aos princípios básicos de respeito e amor que são vitais para vivermos em sociedade. E como cristão é meu dever viver o amor na prática como Jesus ensina, inclusive com meus irmãos que expressam diferentes religiões ou sequer possuem religião”, afirmou o pastor Thiago Candonga e coordenador do Fórum Inter-religioso do Munícipio de Limeira.

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