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Condições de trabalho impactam a saúde mental nas escolas

O Movimento Abril Verde tem como objetivo disseminar e conscientizar os empregadores, trabalhadores e toda a população sobre a implantação de ações de prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. Em Limeira, o número de afastamentos por saúde mental na área de Educação acendeu um alerta com aumento de 15% dos casos em relação ao mesmo período do ano passado.

 

Em resposta a um requerimento da vereadora Mariana Calsa, a Prefeitura de Limeira informou que em 2023 foram 647 afastamentos e faltas de profissionais da Educação por problemas de saúde mental. Entre os profissionais, os cargos de monitores e auxiliares de limpeza lideram, com 222 e 109 respectivamente. O número de professores também aumentou em 2023, foram 149 entre educação infantil, especial, substitutos, entre outros.

 

Na relação também é possível analisar o aumento de afastamentos de coordenadores. “A saúde mental dos profissionais da educação, principalmente aqueles presentes em sala de aula, tem se tornado um assunto muito relevante. No período grave da pandemia, isto se tornou uma questão evidente e transparente para toda a sociedade”, destaca a vereadora Mariana Calsa em seu requerimento.

 

A Secretaria de Educação destacou em sua resposta que convocou uma psicóloga para integrar a equipe do Setor de Medicina do Trabalho com o intuito de oferecer um cuidado em saúde mental a todos os servidores. A profissional tem atuado apoiando os médicos em decisões que envolvem questões psicológicas e psiquiátricas, em avaliações psicológicas e oferecendo psicoterapia em sessões individuais e em grupo.

 

“Ciente da importância desses profissionais para o município, a psicóloga formulou algumas estratégias durante o ano de 2023, tais como: reuniões com a psicóloga da educação e assistentes sociais da pasta; visitas a escolas; acompanhamento de processos de readaptação psiquiátrica junto à Divisão de Segurança do Trabalho e criação de grupo terapêutico exclusivo para profissionais da educação”, disse a Prefeitura. Para o ano de 2024 essas estratégias serão reforçadas, junto com a possibilidade de oferecer palestras e/ou acolhimentos nas escolas, durante reuniões pedagógicas.

 

PROFESSORA DESABAFA

 

“As salas de aula estão lotadas, a carga de trabalho é altíssima e a falta de apoio da gestão me deixa exausta e desanimada. É como se estivéssemos em um navio à deriva, sem rumo e sem ninguém para nos guiar”. O relato é de uma professora da Rede Municipal de Ensino. Ela preferiu não se identificar.

 

Não é à toa que o número de afastamentos por saúde mental entre os professores está aumentando. As condições de trabalho precárias e a falta de apoio da gestão estão nos adoecendo. “Sou professora há 15 anos e tenho visto as condições de trabalho se deteriorarem cada vez mais. Nos últimos anos as salas de aula estão cada vez mais lotadas, com alunos de diferentes níveis de aprendizado e necessidades. Isso torna o ensino individualizado praticamente impossível, e me sinto pressionada a alcançar resultados irreais com recursos limitados”, desabafa.

 

A carga de trabalho também é absurda. “Além de dar aulas, corrigir provas e preparar materiais pedagógicos, ainda preciso lidar com burocracias desnecessárias. Para piorar a situação, a falta de apoio da Secretaria me deixa ainda mais desanimada. Me sinto sozinha diante dos desafios do dia a dia, sem ninguém para me ouvir ou me oferecer soluções. Já faz tempo que sofro de ansiedade, insônia e falta de concentração. Sinto-me constantemente irritada e desmotivada, e até mesmo pequenos problemas me parecem montanhas intransponíveis”, finaliza.

 

 

 

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