Advogada alerta para cláusulas específicas em contratos de trabalho
A falta de preparação no momento da contratação é um dos
principais problemas enfrentados pelas empresas hoje. A constatação é da
advogada trabalhista Paula Belisário. Com mais de 15 anos de experiência no
setor, ela destaca em entrevista para a Gazeta como cláusulas de permanência,
exclusividade e confidencialidade garantem segurança para empresas e
transparência nas relações de trabalho.
“Atualmente, um dos maiores erros que encontro nas
empresas é a falta de preparação para a contratação. Contrata-se de forma
aleatória, sem um organograma organizacional e uma atenção voltada para a real
necessidade da empresa e, principalmente, do cargo que será desempenhado por
este profissional”, afirma Paula.
Para ela, a contratação deve ser estratégica e bem
estruturada, atendendo aos requisitos específicos de cada vaga, ainda que o
processo seja desafiador. "Compreendo que a contratação de forma
estratégica e atendendo a todos os requisitos para a vaga esteja muito difícil.
Porém, mesmo diante desta dificuldade, o correto é que se faça um bom processo
seletivo, dentro das características que a vaga exige", explica.
Além de uma contratação cuidadosa, Paula ressalta a
importância de um contrato de trabalho detalhado desde o início da relação
empregatícia, registrando de forma precisa todas as condições e cláusulas
acordadas verbalmente. "É possível e necessário que se faça um contrato de
trabalho, no início da relação empregatícia, contrato este que deixe claro,
especificado e determinado todas as cláusulas acordadas de formas verbais no
ato da pré-contratação”, destaca a advogada.
Entre as cláusulas que ela considera essenciais, estão a cláusula de permanência, que
assegura que o trabalhador permaneça na empresa por um período específico,
especialmente quando recebe algum benefício, como um curso de capacitação.
Segundo Paula, essa cláusula é válida quando observa requisitos como o
investimento feito na formação, o interesse da empresa, e um limite temporal
proporcional e adequado. A cláusula
de não concorrência, amplamente usada no Direito Empresarial,
também é destacada pela advogada por proteger os interesses da empresa e sua
propriedade intelectual, restringindo o empregado de atuar em atividades
concorrentes por um tempo e área geográfica específicos. “Essa cláusula impõe
restrições a um empregado para que ele não possa atuar em atividades
concorrentes por um determinado tempo e/ou área geográfica, sempre respeitando
limites temporais, geográficos e uma compensação financeira”, afirma.
Paula também ressalta a importância da cláusula de exclusividade, que
garante que o profissional ou empresa não realizem atividades concorrentes, e
deve ser aplicada com clareza e respeito aos princípios de boa-fé. A cláusula de confidencialidade é
outra ferramenta essencial citada por ela, usada para proteger informações
sensíveis e sigilosas, principalmente em negociações e desenvolvimento de
produtos, garantindo a segurança jurídica nas relações. Por fim, a advogada
menciona a cláusula de propriedade
intelectual como indispensável, especialmente para garantir que
invenções ou criações feitas pelo empregado com recursos da empresa sejam de
exclusiva propriedade do empregador.
Para a advogada, um contrato de trabalho bem estruturado,
com cláusulas claras e precisas, evita mal-entendidos e litígios futuros. Além
disso, ela acredita que um contrato detalhado é uma ferramenta indispensável
para um gerenciamento de recursos humanos eficiente e um ambiente de trabalho
mais harmonioso e produtivo. “Um contrato de trabalho bem estruturado hoje é
indispensável para o empregador, trazendo um gerenciamento de recursos humanos
mais eficiente e criando um ambiente de trabalho mais harmonioso e produtivo”,
afirma.
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