A hanseníase, doença milenar e cercada de preconceitos, continua a representar um desafio de saúde pública no Brasil. Em Limeira, o aumento de casos em 2024 reforça a necessidade de conscientização. A cidade registrou seis novos casos no ano passado, número superior aos três casos contabilizados em 2023.

Diante desse cenário, a Prefeitura de Limeira, por meio da Secretaria de Saúde, lança neste mês a campanha Janeiro Roxo, voltada ao enfrentamento da hanseníase. O objetivo é alertar a população sobre os sintomas, a importância do diagnóstico precoce e as opções de tratamento.

A hanseníase, causada pelo bacilo de Hansen, é uma doença infectocontagiosa que afeta principalmente a pele e os nervos. Se não tratada, pode evoluir para deformidades e incapacidades permanentes. A transmissão ocorre pelas vias respiratórias, por meio de gotículas eliminadas ao falar, tossir ou espirrar, especialmente em contatos prolongados e próximos.

Entre os principais sinais e sintomas da hanseníase estão: manchas na pele (avermelhadas, esbranquiçadas ou amarronzadas); perda ou diminuição da sensibilidade ao calor, dor e tato; sensação de formigamento, dormência e dor ao longo dos nervos; ressecamento da pele e ausência de suor e queda de pelos, especialmente nas sobrancelhas.

Em casos graves, redução da força muscular, úlceras nas extremidades e nódulos doloridos. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações graves. Caso alguém apresente sintomas, é recomendada a busca imediata por atendimento médico. Além disso, os contatos próximos de pacientes diagnosticados devem ser investigados para prevenção.

Durante o mês, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Limeira promoverão ações voltadas à conscientização sobre a hanseníase. No dia 18, a UBS Campo Belo realizará uma busca ativa em sua área de abrangência, reforçando o rastreamento de possíveis casos.

Essas iniciativas buscam informar a população e reduzir o estigma que ainda cerca a doença. “A campanha não é apenas sobre tratar a hanseníase, mas também sobre combater o preconceito e garantir que as pessoas diagnosticadas tenham seus direitos respeitados”, destacou a Secretaria de Saúde.

O tratamento da hanseníase é gratuito e oferecido pela rede municipal de saúde, com duração de 6 meses a 1 ano, dependendo do estágio da doença. Em Limeira, o serviço de referência para o atendimento de pacientes com hanseníase é a Policlínica, que conta com ambulatório médico, especialistas, fisioterapeutas e medicamentos.

O tratamento interrompe a cadeia de transmissão, previne incapacidades e permite que os pacientes levem uma vida normal. No passado, o isolamento e o estigma eram comuns, mas hoje se sabe que, com tratamento adequado, a convivência com pacientes em tratamento não representa risco de transmissão.