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Alunos da FCA Limeira acampam na universidade em protesto por moradia

Estudantes denunciam descaso com moradia estudantil e pressionam por respostas da universidade

Um grupo de estudantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no campus de Limeira, iniciou um acampamento no pátio central da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) Campus 2 em protesto contra a ausência de moradia estudantil para bolsistas. A manifestação começou na segunda-feira (29) e já mobiliza mais de 100 alunos, segundo os organizadores.

A principal queixa dos estudantes é o descumprimento de um compromisso assumido pela direção local ainda em 2023, que previa o início do projeto de construção de moradias destinadas a alunos em situação de vulnerabilidade social. Com o ano de 2025 se aproximando do fim, os manifestantes denunciam que nenhuma etapa do projeto foi iniciada.

“Somos alunos bolsistas, muitos de outros estados, e estamos sendo empurrados para situações de precariedade por falta de apoio da universidade. Em 2023 prometeram que o projeto sairia, e até agora nada. Estamos aqui para cobrar esse compromisso”, afirma um dos representantes do movimento, que preferiu não se identificar.

Na noite de segunda-feira (29), uma assembleia estudantil deliberou a paralisação das atividades acadêmicas, com adesão inicial de 107 alunos. A mobilização se intensificou nesta terça-feira (30), quando foi realizada uma nova reunião entre estudantes e o prefeito do campus, seguida por outra assembleia para definir os próximos passos do protesto.

Os estudantes acampados relatam dificuldades para arcar com os custos de aluguel na cidade e afirmam que a ausência de moradias universitárias impacta diretamente seu desempenho acadêmico e sua permanência na instituição.

Em nota enviada à Gazeta de Limeira, a Direção da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) informou que não recebeu nenhum comunicado oficial dos organizadores da mobilização, embora reconheça e respeite o direito dos alunos à livre manifestação. A direção destacou ainda que a responsabilidade por decisões relacionadas à infraestrutura, como a construção de moradias estudantis, é da Administração Central da Unicamp, e não da unidade local. “A FCA permanece à disposição para dialogar, nos limites de suas atribuições institucionais, assegurando o devido encaminhamento das demandas às instâncias competentes”, conclui a nota.

Em função da paralisação, aulas estão sendo canceladas, fato confirmado por meio de e-mails enviados aos alunos.

Outro ponto de crítica dos estudantes diz respeito ao Plano Diretor do campus, que, segundo eles, não contempla sequer um espaço reservado para a construção das moradias estudantis prometidas. Esse fato reforça a percepção de abandono por parte da universidade e aumenta a tensão entre os membros da comunidade acadêmica.

Com a manutenção do acampamento e a possibilidade de ampliação da paralisação, os estudantes aguardam uma manifestação formal da Administração Central da Unicamp, responsável final pela implementação de políticas de infraestrutura e permanência estudantil.

Enquanto isso, a mobilização ganha força nas redes sociais e entre os coletivos estudantis da universidade. Segundo líderes do movimento, a ocupação continuará até que haja uma resposta concreta, com prazos definidos e ações efetivas.

“Não estamos aqui por conforto. Estamos lutando por dignidade. O mínimo que a Unicamp deveria oferecer a seus estudantes é um teto digno para que possamos estudar com tranquilidade”, desabafa um aluno do curso de Administração Pública.


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