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Igreja Boa Morte recebe pesquisadores em expedição histórica

Limeira recebeu um grupo de 25 pesquisadores das áreas de História, restauração e arquitetura, além de especialistas no estudo do rococó de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. A equipe percorre o Estado de São Paulo para analisar igrejas dos períodos colonial e imperial, e incluiu o município como uma das etapas centrais da viagem, com visita à Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte e Assunção.

Em entrevista à Gazeta, o coordenador do Museu da Escola de Arquitetura da UFMG, Universidade Federal de Minas Gerias, Mateus Rosada, destacou o protagonismo do templo no conjunto das edificações observadas. Segundo ele, a Boa Morte é “um dos exemplares mais portentosos da viagem” e rapidamente despertou o interesse do grupo.

Rosada explicou que a igreja é pouco mencionada na literatura especializada sobre o barroco e o neoclassicismo no Brasil, e que a análise direta do edifício ampliou a compreensão dos pesquisadores sobre a produção artística paulista. As imagens de Nossa Senhora da Boa Morte, da Assunção e de São Bento chamaram atenção pela qualidade da execução, assim como os entalhes dos retábulos. 

O especialista lembrou ainda que as igrejas coloniais paulistas, especialmente as mais antigas, preservam marcas da arquitetura jesuítica e de técnicas construtivas tradicionais, como a taipa de pilão, elementos que também puderam ser observados na visita.

O interesse do grupo se estendeu ao acervo documental do Centro de Memória Bento Manoel de Barros, reforçando a relevância de Limeira no circuito estadual de estudos sobre patrimônio religioso e arquitetônico.

A visita dialoga com a tese de doutorado de Rosada, disponível na Biblioteca Digital da USP, na qual ele analisa a arquitetura e a ornamentação de 120 igrejas urbanas remanescentes no Estado de São Paulo, construídas entre os períodos colonial e imperial. O trabalho examina transformações espaciais e arquitetônicas desde os primeiros templos do século XVI até o advento da República, abordando padrões estéticos do maneirismo, barroco, rococó e da transição ao neoclassicismo.

A pesquisa também investiga técnicas construtivas, organização espacial, inserção urbana e os trabalhos de pintura e entalhe presentes nos interiores das igrejas, mapeando arquitetos, artistas, entalhadores, escultores e pintores que atuaram nos templos estudados. Ao final, Rosada enfatiza a importância artística desse patrimônio e identifica características próprias da produção religiosa paulista, reconhecendo seu valor histórico e cultural inestimável.

Em agosto deste ano, a Gazeta de Limeira divulgou uma matéria, sobre a exclusão da cidade, sede da Diocese que está fora do Guia Turístico Católico do Estado de São Paulo, lançado pela Secretaria de Turismo e Viagens do Estado. Com 166 páginas e 300 atrativos religiosos, o guia destaca igrejas, grutas, rotas de peregrinação e mosteiros espalhados por todo o estado. Segundo a Prefeitura, a exclusão ocorreu por falha da gestão anterior, que não realizou o cadastro necessário. Em resposta, o prefeito Murilo Felix se reuniu com o secretário estadual de Turismo, o Governador e solicitou a inclusão de Limeira nas próximas edições do guia.



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