Escritores de Limeira pedem mais espaço em eventos culturais
Na sessão da Câmara de Limeira desta semana, a
professora, escritora e poeta Gisele Godoy utilizou a tribuna livre para
defender os escritores e instituições literárias locais. Representando um
segmento que reúne quase 200 autores publicados na cidade, Gisele destacou a
importância da leitura como ferramenta de transformação social e cobrou mais
reconhecimento e oportunidades para os autores limeirenses.
“Entendemos que a leitura é um instrumento que impede a
desigualdade social, por isso desenvolvemos vários projetos para fomentar a
leitura na cidade”, afirmou. No entanto, ela questionou a falta de incentivo
público para que os autores possam comercializar seus livros em espaços
públicos de Limeira.
“Um escritor ou escritora que atua como professor na rede
pública não pode ir às escolas vender os seus livros. Podemos ensinar as
crianças a ler e a escrever, mas elas não podem ler nossos livros”, desabafou
Gisele, evidenciando o contraste entre a valorização de autores nacionais
renomados e a ausência de apoio aos talentos locais.
Ela também relatou que, apesar de os escritores
limeirenses contribuírem voluntariamente com escolas, hospitais, bibliotecas e
outros espaços culturais, muitos enfrentam barreiras burocráticas para divulgar
e comercializar suas obras. “É justo investir 32 milhões em robótica e não ter
12 mil para comprar livros de autores da cidade? Pessoas essas que contam a
história da nossa gente e continuarão a escrever os feitos dos grandes de ontem
e de hoje para as gerações do amanhã”, questionou.
Gisele reconheceu as iniciativas recentes da Câmara, como
a presença de autores consagrados nos eventos culturais da cidade, mas lamentou
que os escritores locais não tenham oportunidades nesses mesmos espaços. “A
pergunta que fica é: por que não abrir espaço para os autores de Limeira nestes
eventos, para que possamos vender os nossos livros?”, indaga.
Ela ainda mencionou o impacto que uma maior valorização
da literatura local teria no município, citando o Plano Nacional da Leitura
como exemplo de política pública capaz de sanar os problemas enfrentados pelos
escritores. Segundo Gisele, além de promover a leitura, iniciativas assim podem
atrair investimentos para Limeira, elevando o nível cultural e econômico da
cidade.
Encerrando sua fala, a escritora fez um apelo simbólico:
“Não trouxe meu tambor, mas simbolicamente, em nome de todos os poetas e
escritores, peço que nos façam justiça e revisem essas situações. Nós queremos
continuar a escrever a história de Limeira.”
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