
STF forma maioria para derrubar manobra pró-Ramagem
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou
nesta sexta-feira (9) maioria de votos para restringir a decisão da Câmara dos
Deputados que suspendeu a ação penal contra o deputado federal Alexandre
Ramagem (PL-RJ) no caso da trama golpista do governo do ex-presidente Jair
Bolsonaro.
Com placar de 3 votos a 0, o colegiado está confirmando o entendimento do Supremo sobre a matéria para estabelecer que, apesar de estar prevista na Constituição, a suspensão do processo criminal não pode ser feita na íntegra pela Câmara.
Ramagem
deve continuar respondendo por três crimes: golpe de Estado, organização
criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
No entanto, ficam suspensas duas
acusações: dano qualificado pela violência e grave ameaça,
contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e
deterioração de patrimônio tombado.
No mês passado, o Supremo enviou um ofício à Câmara para informar que os deputados não poderiam suspender a íntegra do processo da trama golpista contra o deputado, que é um dos réus do núcleo 1.
A possibilidade de suspensão de processos contra deputados federais e senadores está prevista na Constituição. Conforme o Artigo 53, a Câmara e o Senado podem suspender uma ação penal contra um parlamentar.
No ofício enviado à Câmara, o STF disse que, apesar da permissão constitucional, somente os crimes que teriam sido cometidos por Ramagem após o mandato podem ser suspensos. O marco temporal é a diplomação, ocorrida em dezembro de 2022.
Segundo o Supremo, a suspensão vale para os crimes de dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.
Pelo entendimento, Ramagem deve continuar a responder pelos crimes de golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Antes de ser eleito, Ramagem foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e foi acusado de usar a estrutura do órgão para espionar ilegalmente desafetos de Bolsonaro. O caso ficou conhecido como "Abin Paralela".
Comentários
Compartilhe esta notícia
Faça login para participar dos comentários
Fazer Login