Um entregador de comida, de 24 anos, registrou um boletim de ocorrência contra um homem, que não teve a identidade revelada, por injúria racial, em Artur Nogueira, nesta quarta-feira. A vítima, que é preta, costuma entregar marmita, pelo menos uma vez por semana na casa do suspeito. Depois de levar uma marmita de feijoada para o desconhecido, a vítima foi surpreendida ao receber um áudio que o suspeito teria mandado para o restaurante onde ele trabalha. No áudio, o suspeito ofende e xinga o entregador por causa da cor da sua pele. Assim que ouviu os xingamentos, o entregador foi à delegacia e prestou queixa. A Polícia Civil deve investigar o caso. Segundo o delegado Lúcio Petrocelli, o cliente deve ser notificado para se explicar. A autoridade da Polícia Civil espera ainda ouvir o dono do restaurante. As datas ainda não foram definidas.

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No áudio, o homem começa dizendo claramente que “vou fazer um comentário racista aqui por que odeio esse cara [entregador]. Tinha de ser preto, preto filho da p.”. E continua dizendo que “quando vem um entregador preto, cara de bandido com nariz parecendo de um chimpanzé. Aquele lazarento, não fala bom dia, ele pega e digita o valor lá e quer pegar meu cartão para passar com aproximação. Preciso olhar o que o cara digitou, esse animal. E já aconteceu todas as vezes que ele veio aqui e eu acredito que ele me odeia por eu ser branco, alemão e velho (risos). Eu acho que ele me odeia. Mas o ódio é de ambas as partes, pois eu odeio aquele chimpanzé. Que desgraçado, mano.”

A Gazeta tentou contato com o cliente, mas não conseguiu. Ele não atendeu nenhum dos chamados feitos pela reportagem. Para a imprensa campineira ele negou que fosse racista e disse que se enganou ao enviar o áudio para o restaurante. Ele continua solto, pois não houve flagrante. Segundo o entregador, o cliente teria ido ao restaurante para se desculpar quando percebeu a repercussão do caso na cidade.

A prefeitura de Artur Nogueira se manifestou sobre o caso. Por meio de nota, o governo Lucas Sia disse que "ex-pressa profundo repúdio frente ao ato de racismo do qual foi vítima o motoboy de 24 anos nesta quarta-feira (08), em Artur Nogueira. Tal conduta é intolerável a qualquer tempo e em qualquer parte, de modo que queixas desse teor não podem ser minimizadas e tampouco ignoradas. A Administração Municipal ressalta que o município nogueirense é um lugar de todos e para todos, e destaca que atitudes racistas ou de qualquer outra natureza discriminatória não são bem vindas e serão punidas dentro da lei", finaliza a nota.