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Adinan Ortolan avalia gestão em Cordeirópolis

Depois de dois mandatos consecutivos à frente da Prefeitura de Cordeirópolis, Adinan Ortolan conclui sua gestão com um balanço de realizações e desafios enfrentados. 

Atual presidente da Associação dos Municípios do Polo Cerâmico do Estado de São Paulo (AMPPESP) e vice-presidente da Associação Brasileira de Municípios, Ortolan também possui um currículo robusto na área acadêmica, incluindo passagens como diretor e pró-reitor em instituições de ensino superior, consultor educacional e secretário municipal de Educação. 

Formado em História e Ciências Sociais, com mestrado em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba, ele coordenou importantes iniciativas nacionais, como a Conferência Nacional da Educação (CONAE) em São Paulo e o Fórum Paulista de Formação de Professores. Também atuou como professor universitário em disciplinas relacionadas à gestão pública e ciência política, além de realizar estudos voltados à reforma administrativa em diversos municípios paulistas. 

Em entrevista especial para a Gazeta, o prefeito falou sobre as principais obras, projetos não concluídos e o legado que espera deixar para o município. 

Quais foram as principais obras realizadas em Cordeirópolis durante seu mandato?

A principal obra foi a barragem de Santa Maria, mas também destaco a nova estação de tratamento de água, o tratamento de esgoto – que impactou toda a região, principalmente Limeira –, a construção de um novo hospital, três novas creches e o lançamento do Anel Viário. Pavimentamos trechos importantes da cidade, especialmente no setor cerâmico. No total, investimos cerca de R$ 400 milhões, com recursos principalmente dos governos estadual e federal. 

Houve algum projeto que não foi possível concluir?

Os projetos na área da habitação avançaram menos do que gostaríamos, principalmente por dificuldades burocráticas e pela pandemia. Conjuntos habitacionais e novos loteamentos foram aprovados recentemente, com mais de 3.000 lotes e casas que resolverão o problema habitacional nos próximos anos. Outra pendência é o Anel Viário, cujo projeto foi iniciado agora, conforme previsto. 

Como a cidade evoluiu nos serviços de saúde? Alguma área específica foi priorizada?

Priorizamos a contratação de especialistas médicos, ampliando de sete para 25 especialidades no município. Também inauguramos um novo hospital em outubro, e passamos a oferecer atendimento especializado para autistas. Essas ações ampliaram significativamente a atenção à saúde. 

Cordeirópolis é conhecida por investimentos em educação. O que considera como principais marcos alcançados?

A adoção do programa Google for Education transformou nossa educação em uma experiência digital. Reformamos todas as escolas, construímos três creches e zeramos a fila de espera por vagas, com estruturas prontas aguardando novas crianças. Retomamos a Faculdade Municipal, que hoje conta com 500 alunos e já formou mais de 2.600 pessoas, subsidiando 80% dos custos para os estudantes. 

Quais foram as principais estratégias para atrair novas empresas e gerar empregos?

Implementamos o programa “Acordo do Universo”, eliminando restrições no plano diretor para atrair empresas. Instalamos mais de 100 novas empresas no município e trouxemos o centro de distribuição do Savegnago. Um destaque é o projeto de formação de mão de obra, que precisa ser continuado pela próxima administração, incluindo a concretização do SENAC. 

Como a gestão enfrentou desafios de mobilidade? Alguma obra ou iniciativa destacada?

O Anel Viário é um dos principais projetos. Também recuperamos e iluminamos estradas que atendem ao setor cerâmico e realizamos a pavimentação da estrada CRG-283, que liga o polo cerâmico à Rodovia Anhanguera, em parceria com o Governo do Estado, com investimento de R$ 120 milhões. 

Quais políticas de sustentabilidade foram implementadas?

Plantamos 130 mil árvores em oito anos – quase o dobro do que foi plantado na cidade de São Paulo no mesmo período. Recuperamos nascentes e desenvolvemos um levantamento inédito sobre as emissões de gases no município, além de projetos para mitigação dos efeitos do aquecimento global. 

Como a administração tratou a questão habitacional?

Enfrentamos situações precárias, com 300 famílias vivendo em favelas ou ocupações irregulares. Urbanizamos os bairros Engenho Velho e Santa Rita, reassentamos famílias de acampamentos como o Constantino Peruchi e da área da estação da FEPASA. Hoje restam apenas 18 famílias em condições irregulares, todas em moradias de alvenaria. 

Como foi a parceria com a Guarda Municipal e a Polícia Militar?

Investimos em novas armas, coletes, viaturas e equipamentos não letais para a Guarda Municipal, além de treinamentos e a reformulação da muralha digital. Com a atividade delegada, utilizamos policiais militares de folga, o que contribuiu para os baixos índices de violência no município. 

Como a gestão abordou questões sociais, especialmente durante a pandemia?

A Prefeitura distribuiu cartões “Comida na Mesa” para 750 famílias, com valores de até R$ 450. Durante a pandemia, escolas ofereceram cestas básicas e hortifrúttis às famílias das crianças. Também ajudamos comerciantes e pequenos empreendedores, com R$ 1 milhão distribuídos em auxílio. 

Ao final desses oito anos, qual legado o senhor acredita estar deixando para Cordeirópolis?

Deixo um legado de grandes obras e de uma gestão eficiente. Reduzimos a folha de pagamento da Prefeitura de 57% para 40% do orçamento e modernizamos os serviços. Espero que a próxima administração não reverta esses avanços e mantenha o foco em investimentos, evitando o retorno de problemas financeiros no futuro. 

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