CID-11 traz mudanças no diagnóstico e abordagem do autismo
A 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças
(CID-11), criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), entrou em vigor no
Brasil em 1º de janeiro deste ano. A nova versão traz mudanças importantes na
forma como doenças e condições de saúde são classificadas e diagnosticadas, com
impacto significativo no entendimento e tratamento do Transtorno do Espectro
Autista (TEA).
Com 17 mil códigos únicos e mais de 1,6 milhão de
combinações possíveis, a CID-11 estabelece um novo padrão para o diagnóstico do
TEA, unificando condições anteriormente separadas, como a Síndrome de Asperger
e o Transtorno Desintegrativo da Infância, sob um único código: 6A02. Além
disso, foram introduzidas subdivisões baseadas na presença de deficiência
intelectual e no grau de comprometimento da linguagem funcional, permitindo uma
avaliação mais detalhada e personalizada.
A psicopedagoga Aline Costa, de Limeira, em entrevista à Gazeta, destacou os benefícios
dessa atualização. "Essas mudanças permitem diagnósticos mais precisos e
individualizados, o que é essencial para o planejamento de terapias e
adaptações escolares. A nova classificação respeita as particularidades de cada
pessoa com autismo", afirmou. Ela também ressaltou que a CID-11 prioriza a
funcionalidade, avaliando o impacto do autismo na vida diária, o que contribui
para estratégias mais adequadas às necessidades de cada indivíduo.
Na prática, a nova classificação traz subdivisões importantes.
O TEA agora pode ser classificado considerando características específicas,
como a ausência ou presença de deficiência intelectual e o nível de
comprometimento da linguagem. Essas subdivisões ajudam a entender melhor as
necessidades de cada caso, impactando diretamente as estratégias de apoio.
Aline tranquilizou pais e profissionais sobre a transição
para a CID-11, explicando que os laudos já existentes continuam válidos e que
não há necessidade de buscar um novo diagnóstico imediatamente. "Isso pode
ser feito durante as próximas consultas médicas, sem prejuízo para as terapias
já em andamento", explicou. Ela também ressaltou que a nova classificação
beneficiará especialmente crianças, já que permitirá adaptações escolares mais
eficazes e maior atenção ao desenvolvimento de habilidades funcionais.
A transição para a CID-11 no Brasil terá um período de
adaptação de dois a três anos, durante o qual profissionais de saúde e educação
poderão se familiarizar com as mudanças e ajustar suas práticas. "Essa atualização
é essencial para um atendimento mais humanizado e eficaz, que respeite as
demandas reais das pessoas com TEA e suas famílias", concluiu Aline Costa.
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