
Doença silenciosa, hepatite volta a crescer na região
A região do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) de Piracicaba, que abrange os municípios de Limeira, Iracemápolis, Cordeirópolis e Engenheiro Coelho, registrou aumento nos casos de hepatite B e C em 2024. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), entre janeiro e abril deste ano, sete casos de hepatite B foram confirmados na região. Em 2024, a região obteve 53 registros da doença, número superior ao registrado em todo o ano de 2023, quando foram contabilizados 44 casos.
A situação é semelhante no caso da hepatite C. Entre janeiro e abril deste ano, foram confirmados 20 casos na região. Ao longo de 2024, o total de casos da doença chegou a 111, superando os 109 registrados ao longo de todo o ano passado. Os dados reforçam o alerta da campanha Julho Amarelo, voltada para a conscientização sobre as hepatites virais — doenças que podem passar despercebidas por anos, mas causar complicações sérias no fígado, como cirrose e câncer hepático.
As hepatites virais mais comuns no país são causadas pelos vírus A, B e C. A hepatite A está relacionada ao contato com água ou alimentos contaminados. Já as hepatites B e C são transmitidas pelo contato com sangue contaminado, por meio de relações sexuais desprotegidas, uso de objetos cortantes ou perfurantes não esterilizados e compartilhamento de itens pessoais, como lâminas e alicates. A hepatite D, por sua vez, afeta apenas pessoas que já estão infectadas pelo vírus B, e seu contágio exige contato com o vírus delta, sendo mais comum na região Norte do país.
Apesar da gravidade dos quadros, o infectologista Pedro Carneiro, da Pró-Saúde, alerta que muitos casos passam despercebidos. “Na maioria das vezes, as hepatites não manifestam sinais visíveis, o que faz com que grande parte dos infectados desconheça o diagnóstico”, afirma. Por isso, ele reforça a importância da testagem regular, mesmo na ausência de sintomas. “A detecção precoce é fundamental para evitar complicações, como cirrose e câncer de fígado”, completa.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece vacina contra a hepatite B para pessoas de todas as idades, além de incluir a imunização contra a hepatite A no calendário infantil. Para a hepatite C, embora ainda não exista vacina, o SUS disponibiliza tratamento gratuito e eficaz, com altas taxas de cura. “Buscar informações em fontes confiáveis, fazer o teste e manter a vacinação em dia são medidas simples, mas fundamentais para conter o avanço silencioso das hepatites virais”, orienta o infectologista.
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