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Limeira regista apenas 1,94 médico por mil habitantes

O Estado de São Paulo concentra mais de 30% dos médicos em atividade no país, com uma taxa de 3,48 profissionais por mil habitantes. Este índice é superior ao de países inteiros como da França e dos Estados Unidos dados obtidos pelo levantamento demográfico realizado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de SP. Apesar desse número expressivo, a distribuição dos médicos ainda apresenta grandes desigualdades entre as cidades paulistas. Na região de Limeira, os dados revelam contrastes marcantes na oferta de profissionais tanto na rede pública quanto na privada.

De acordo com levantamento realizado pela Gazeta de Limeira com base em informações disponíveis no site do SAEDE Municípios, plataforma do governo do Estado de São Paulo de acesso público e gratuito, Limeira aparece como o município mais bem assistido. A cidade conta com 248 médicos atuando na rede SUS e 77 na rede particular, o que representa uma proporção 1,94 vez maior de médicos por mil habitantes do que a segunda colocada na região. A taxa de médicos em Limeira demonstra a importância do município como polo regional de saúde, referência para cidades vizinhas e para o atendimento do sistema público.

Na segunda posição aparece Engenheiro Coelho, com 1,51 médico por mil habitantes, número significativamente menor do que o de Limeira. O município, de pequeno porte, ainda depende de deslocamentos para centros maiores em casos que exigem atendimento especializado.

Artur Nogueira ocupa o terceiro lugar no ranking regional, com 1,19 médico por mil habitantes. Apesar de contar com uma rede básica consolidada, a cidade enfrenta limitações em especialidades médicas e em oferta de leitos hospitalares, o que a torna dependente de Limeira ou até Campinas para procedimentos de alta complexidade.

Logo em seguida está Cordeirópolis, que apresenta 1,09 médico por mil habitantes. A estrutura de saúde do município tem passado por ampliações, mas o número de profissionais ainda é insuficiente para atender plenamente a demanda local, especialmente em horários noturnos e fins de semana, o que faz migrar para atendimentos em Limeira e Piracicaba.

Na última colocação da região aparece Iracemápolis, com apenas 0,91 médico por mil habitantes. O índice revela a carência de profissionais e a dificuldade de fixar médicos no município, um desafio recorrente em cidades menores do interior paulista.

Além da diferença na quantidade total de médicos, o levantamento também expôs desigualdades por especialidade. Em Limeira, a área de Gastroenterologia apresenta o menor número de profissionais no sistema público: há apenas um gastroenterologista atuando na rede SUS, enquanto na rede particular existem dez, conforte apontado no site Saede. Mas em comparação, o número de profissionais de nefrologia, anestesiologia, neurologia e cirurgia é o dobro ou até superior no SUS em relação à rede privada de Limeira. Essa disparidade mostra que o acesso a determinadas especialidades ainda depende fortemente do atendimento privado.

Quando o foco recai sobre os enfermeiros, Limeira também lidera. O município possui 1,24 profissional de enfermagem para cada mil habitantes, consolidando-se como o mais bem assistido da região nesse aspecto. O número reflete, em parte, o fato de a cidade ser referência regional em saúde pública, atraindo pacientes de toda a microrregião.

Os dados evidenciam que, embora o Estado de São Paulo apresente índices gerais de cobertura médica superiores aos de países desenvolvidos, a desigualdade entre os municípios continua sendo um desafio. A concentração de profissionais em cidades-polo, como Limeira, reforça a necessidade de políticas públicas voltadas à descentralização e à fixação de médicos em áreas com menor assistência.

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