Foto de capa da notícia

Mãe alega que garota inventou estupro em porta de escola

A equipe de investigação da Delegacia de Defesa da Mulher, composta pelo investigadores Sérgio Ramos e Jô Lima, descobriu que a adolescente, de 17 anos, que procurou a polícia na semana passada para alegar ter sido estuprada por um desconhecido ao chegar à escola no dia 5, mentiu à polícia.
A garota disse ter sido constrangida a entrar em um carro, ocupado por um desconhecido, após chegar à escola Gustavo Picinini, no Jardim do Lago, onde estuda. Ela relatou que, depois de entrar no estabelecimento, voltou para a rua e foi a uma lanchonete que fica próxima para comprar um salgado. Ao tentar retornar à escola, ela teria sido rendida com o uso de uma arma e levada para uma rua do mesmo bairro. Em seu relato ao plantão policial, ela disse aos policiais que o suspeito a levou de volta à escola, 20 minutos depois.
Ao iniciar as investigações, os policiais foram atrás das imagens de câmeras de segurança da escola. As cenas mostram a garota entrando pouco antes do começo da aula e não mais retornando para a rua. A mãe da adolescente foi chamada à delegacia e já relatou que a garota a procurou para alegar que havia mentido com relação ao estupro da semana passada. A menina teria dito que, dois meses atrás, teria entrado, por livre e espontânea vontade, no carro de um homem e teria sido tocada pelo desconhecido. A Polícia dá o caso como encerrado e a garota poderá responder por falsa comunicação de crime.


RECORRENTES
Como se não bastasse todos os problemas e desafios que os policiais civis encaram atualmente, os servidores têm de lidar ainda com alguns casos que têm se tornado recorrentes: mulheres que procuram a delegacia para denunciar crimes que, às vezes, nem aconteceram.
Foi o que ocorreu, em dezembro de 2020, com um motorista de aplicativo, de 25 anos. Uma mulher, de 40 anos, o acusou de violência sexual, depois de ser chamado para uma corrida. O registro foi feito e o motorista localizado. Ele negou o crime, mas foi reconhecido pela mulher. A Justiça foi acionada e determinou sua prisão. No entanto, no último dia do ano, a bilhetagem do sistema de rastreamento do aplicativo apontou que o trajeto feito pelo motorista no dia do suposto crime, foi exatamente do ponto onde a mulher foi pega até o destino dela. O levantamento ainda apontou que eles nem passaram pelo local, onde a mulher alegou ter sido violentada.
Diante desta informação nova, o juiz foi acionado e emitiu o alvará de soltura horas antes da passagem do ano. A mulher admitiu que mentiu para chamar a atenção do ex-marido, que passou a buscá-la todos os dias.
Além dos casos que a polícia já sabe que as vítimas mentiram, há pelo menos, outros dois casos, ainda sendo investigados, mas com indícios de que foram inventados pelas vítimas. Um deles envolve, de novo, motorista de aplicativo e foi registrado no dia 10 do mês passado.
A vítima, de 24 anos, alegou ter sido violentada depois de sair embriagada de uma choperia. No entanto, imagens entregues à polícia pela própria vítima mostram ela chegando em casa, normalmente. Antes de entrar, ela volta, conversa com o suspeito e pega uma peça de roupa que ela havia esquecido no carro. No dia seguinte, a vítima ainda teria ligado para o motorista, que é casado, para perguntar se ele usou preservativos durante o ato.
Outro caso, envolve uma criança de 3 anos. A mãe da menina disse que o padrasto teria passado as mãos nas nádegas da criança. No entanto, a mulher do suspeito teria desmentido a história e dito que a filha e o marido não têm um bom relacionamento.
Um policial civil aposentado, que pediu para não ser identificado, alegou que, casos como esses, sobrecarrega demais o setor de investigação de qualquer delegacia, que já conta com um número pequeno de funcionários. "Numa situação dessa vai papel, gasolina, tempo dos policiais, intelecto da delegada, simplesmente, para nada. Outros crimes poderiam estar sendo investigados, mas uma equipe é deslocada para investigar o que não existe". Ele ainda concorda que a punição para esse tipo de atitude das vítimas tem de ser pesada. "É desumano o tanto que se trabalha quando há um caso desse tipo. Pela gravidade e repercussão, torna-se prioridade total. Não dá para aceitar atitudes como essa", relatou o servidor da reserva. Ele encerrou a conversa alegando acreditar que boa parte dos casos que são comunicados à especializada são mentiras. "A mulher se arrepende do que fez e registra o boletim para ter amparo da polícia e do sistema de saúde. Porque essa mulher vai passar por médicos e, em caso de gravidez, será autorizada até a fazer um aborto. E isso é muito grave", disse ele.
A reportagem da Gazeta procurou a delegada Talita Navarro para comentar os casos, mas ela se limitou apenas em dizer que a especializada investiga todos os casos que são registrados e ressaltou que vai processar quem mentir para os policiais.

Comentários

Compartilhe esta notícia

Faça login para participar dos comentários

Fazer Login