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Empresário encontrou desafeto da filha antes de briga

O delegado Francisco Lima, titular do 1º Distrito Policial de Limeira, e responsável pelo inquérito que investiga as circunstâncias da morte do empresário Wagner Rogério da Silva, de 39 anos, na semana passada, em Limeira, concedeu uma entrevista à Gazeta, nesta quarta-feira. O policial disse que já foram identificadas cinco pessoas envolvidas na situação, que culminou na morte do empresário e que testemunhas que já prestaram depoimento elucidaram parte das dúvidas que a Polícia Civil tinha sobre o caso.
O empresário foi morto na rua 13 de Maio, na região central de Limeira, na madrugada da última quinta-feira, após ser colocado para fora de uma choperia da região. Câmeras de segurança flagraram parte de brigas que acabaram com o espancamento do empresário. As cenas mostram o empresário sendo agredido na frente da choperia e, minutos mais tarde, espancado novamente metros à frente. Desta vez, ele perde a consciência e é socorrido.

APURAÇÃO

O delegado alegou que tomou o depoimento de seis pessoas, até ontem. Três destas pessoas aparecem na imagem da primeira agressão, tentando acalmar o empresário. Dois são amigos dele e, o terceiro, o segurança do local. A quarta pessoa seria uma motorista de aplicativo, que teria se envolvido em uma confusão com a filha do empresário, em outubro desse ano. O que se apurou até agora é que a confusão dentro da casa começou quando Wagner tentou conversar com essa mulher. As outras pessoas são uma testemunha neutra, que apenas presenciou as cenas e uma amiga da família do empresário.
Imagens do interior da choperia, as quais a polícia teve acesso, mostram momentos antes da confusão. Wagner conversa com uma moça normalmente, mas percebe a presença da desafeto da filha e vai na direção dela. A motorista estaria comemorando o aniversário, junto com outros amigos. Um deles, toma a frente e vai conversar com o empresário, pedindo para que ele se acalme e vai em direção à porta do estabelecimento. Outra imagem mostra um princípio de confusão, com uma sequência de empurrões. Uma amiga da família é vista empurrando o empresário, que aponta o dedo em direção ao desafeto da filha. Wagner seria colocado para fora da choperia. No entanto, segundo a polícia há informação de que na área dos caixas do estabelecimento, na entrada da choperia, houve uma primeira agressão, entre Wagner e o seu agressor mais contundente. O local seria dotado de câmera, mas as imagens não foram entregues à Polícia Civil, por enquanto. Esse teria sido o estopim do caso. Para o delegado, essa imagem seria fundamental para as investigações, que mostrariam quem iniciou a briga, que terminaria na parte de fora da choperia.

NA RUA

Testemunhas alegaram que essa suposta agressão, ainda no interior da choperia, teria causado uma briga na rua. As cenas que viralizaram nas redes sociais de uma câmera do portão do condomínio que há em cima da choperia, mostram dois amigos e o segurança do local tentando afastar Wagner do agressor, que está mais ao fundo, perto da esquina. Descontrolado, ele teria partido para cima do agressor, que reagiu e o agrediu com empurrões, socos e chutes, alguns deles desferidos já com o empresário caído.
Novamente, os amigos e o segurança do local apartam a briga e uma mulher leva o agressor do empresário para longe. Esses amigos teriam o convencido a ir embora. Ele é colocado em um guincho, da empresa que era dono, e vai embora, jurando voltar armado para se vingar do agressor.

10 MINUTOS DEPOIS

Ninguém conseguiu, até agora, afirmar o que Wagner fez após ir embora. Cerca de 10 minutos depois ele volta e, segundo a amiga da família, é abordado por um homem armado, que teria se identificado como policial. "Ela disse que o tal suposto policial apontou a arma para o Wagner e disse que começou a gravar um vídeo a partir daí. Mas que a imagem não mostra a abordagem e que ela foi interpelada por um homem, pedindo para que ela parasse a gravação", disse o delegado.
Ao ver que o empresário não estava armado, o suposto policial guardou a arma e se afastou da confusão. Já os amigos teriam ido em direção a Wagner para tentar acalmá-lo. Novamente, segundo testemunhas, o empresário partiu para cima deste homem, que revidou a agressão. Desta vez a violência impetrada foi maior e Wagner caiu inconsciente.

PRÓXIMOS PASSOS


Segundo Lima, faltam ser ouvidas algumas testemunhas. O delegado quer ouvir a própria motorista, que teria sido alvo dos protestos do empresário, do amigo dela, que interveio para tentar acalmar a situação, a funcionária do estabelecimento que trabalha no local onde teria ocorrido a primeira agressão e o suposto policial que teria agredido Wagner. O delegado disse que quer ouvir o agressor por último e só depois de ter acesso as imagens da primeira agressão que, supostamente, aconteceu na área dos caixas da choperia.

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