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'Empresário estava querendo briga', afirma testemunhas

O delegado do 1º Distrito Policial (DP) de Limeira, Francisco Lima, já ouviu, em depoimento, os dois amigos do empresário Wagner Rogério da Silva, de 39 anos, espancado na frente de uma choperia da região central, na madrugada do dia 16 deste mês. As duas pessoas, junto com um segurança do local, aparecem nas imagens feitas pela câmera de um condomínio, tentando fazer com que Silva se acalmasse, após uma suposta troca de agressões, ainda no interior do estabelecimento. Segundo o delegado, ambos disseram à polícia que o empresário estava transtornado e procurando briga. A mesma imagem mostra que é Wagner que parte para cima do agressor, enquanto era contido pelo trio.
Conforme a Gazeta noticiou na semana passada, Wagner teria encontrado uma motorista de aplicativo, que brigou com a filha dele em outubro, em uma outra casa noturna. A suspeita é que, em outubro, a motorista teria jogado bebida no rosto da filha de Silva, que causou uma confusão. Os três foram expulsos da casa noturna. No dia de sua morte, o empresário teria encontrado a mesma moça e teria ido tirar satisfação com ela dentro da choperia. Um amigo da motorista tomou a frente e já tentou acalmá-lo.

QUEBRA CABEÇA

Testemunhas alegaram ao delegado que depois de o amigo da motorista tentar intervir, houve um princípio de confusão que foi em direção à porta da choperia. O segurança da casa e uma amiga da filha de Wagner também tenta impedi-lo de continuar a confusão. "Falta uma peça neste quebra-cabeça: a imagem do local onde fica os caixas da choperia para desvendar se houve agressões lá dentro e quem começou a confusão, que terminou lá fora", alegou o Lima.
As testemunhas disseram que teria havido uma agressão no átrio da casa, mas a imagem disponibilizada pela polícia não é clara. "Acredito que alguém editou essas imagens. Disse ao advogado [da casa] que me entregue uma imagem nítida. Minha intenção não é ferrar ninguém, mas preciso elucidar o caso", ressaltou o delegado.
A linha do tempo da briga já está clara para a polícia. Houve uma agressão, provavelmente ainda dentro da choperia, que causou a revolta do empresário. A imagem do condomínio mostra momentos depois dessa agressão. Wagner parte para cima do agressor e é chutado e esmurrado, inclusive na região do rosto. Ele vai embora, prometendo voltar armado. Cerca de 10 minutos depois, testemunhas disseram à polícia que o agressor teria o abordado com uma arma, o que levantou a suspeita dele ser policial. Há outra confusão, novamente causada pelo empresário, que parte para cima do agressor e é, novamente agredido. Essas agressões teriam causado a morte de Silva.

O delegado ainda disse que tem encontrado uma certa dificuldade em tomar os depoimentos, já que as pessoas tentam se esquivar de algumas perguntas e colocações. "Conversei com um rapaz que disse não conhecer uma moça que estava no local. Quando falei com ela, fiquei sabendo que os dois conversam por aplicativos de mensagens. As pessoas se conhecem e não querem se comprometer entre elas. Aliás, depois da briga, alguns disseram terem ido à uma lanchonete. Talvez, não acreditassem que Wagner não suportaria os ferimentos", frisou o delegado. Sobre a participação de um suposto policial militar nas agressões, o delegado disse que, se comprovada a participação, deve encaminhar o caso para a corregedoria da corporação militar.

LAUDO
O laudo necroscópico do corpo do empresário foi emitido pelo Instituto Médico Legal (IML) de Limeira  e entregue ao delegado do caso. Ainda será expedido o resultado do exame toxicológico, feito no empresário. O médico legista alegou que encontrou fraturas na parte frontal da face da vítima e que a causa da morte foi "traumatismo cranioencefálico por agente vulnerante contundente". A pancada que teria matado o empresário foi o choque da parte de trás da cabeça com o asfalto, quando o agressor, aparentemente o chuta. No vídeo que flagrou as agressões, percebe-se que o empresário cai desacordado após o golpe, antes de ser pisado no peito pelo algoz.

 

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