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Idosa acamada fica 6 horas à espera de remoção de hospital

A família de uma idosa, de 88 anos, procurou a Polícia Civil de Limeira, no final da tarde desta terça-feira, para comunicar que a idosa, acamada, ficou por mais de seis horas, à espera de remoção, depois de receber alta médica do Hospital Medical/Hapvida, ainda durante a manhã da terça.

Segundo familiares, no começo da manhã, a idosa apresentou um sangramento insistente na gengiva, o que motivou o encaminhamento da mulher para o Pronto Atendimento do hospital. "Fomos de Samu, pois ela não anda, não se alimenta sozinha e tem uma sonda enteral (para alimentação)", frisou. A consulta, segundo a filha, ocorreu de forma normal. O problema foi logo após a alta, por volta das 10h, quando a família requisitou transporte especializado para a idosa. "É direito dela. Eles tinham que ter providenciado o transporte para a minha mãe, mas ficavam me enrolando. Eu ia de meia em meia hora lá, pedindo para que a ambulância fosse providenciada, mas nada de ela chegar", alegou a monitora de creche.

Foram mais de seis horas de espera até que uma viatura de uma empresa particular fosse levar a idosa para casa, junto com o neto. Neste período, a mulher acionou a Guarda Civil Municipal duas vezes. Durante o tempo de permanência na unidade, a idosa ficou sem alimentação e água. "Como o sangramento foi percebido quando a cuidadora foi alimentá-la logo após ela acordar, minha mãe ficou das 20h de segunda-feira até às 16h de terça, sem ser alimentada. Nem água deram para ela. E não foi falta de pedir; fui atrás de nutricionista e falei que uma idosa naquela condição não podia ficar sem alimentação tanto tempo", disse a monitora.

Ao insistir com a assistente social do hospital para que a mãe fosse transportada para casa, a funcionária pública foi aconselhada a colocar a mãe no banco de trás do carro e levá-la embora. "Ela [funcionária do hospital] me disse que como eu estava com tanta pressa, era para colocar minha mãe no carro e levá-la para casa. Ai, perguntei como que a colocaria e ela disse que pediria para dois enfermeiros me ajudarem. Você imagina, eu dirigindo e uma mulher acamada solta no banco de trás", questionou a mulher.

Segundo o que foi apurado, a assistente social do hospital teria prometido uma solução, que só foi dada quando os agentes da GCM foram, pela segunda vez, à unidade de saúde. Porém, antes de sair, mais constrangimento. Quando a ambulância chegou, a paciente estava molhada de urina e sem fralda, pois as que a filha havia levado, já tinham sido usadas. "Levei 3 fraldas, mas não achei que ela ia ficar tanto tempo lá. Quando pedi para arrumarem uma para ela, disseram que não poderiam. A família de um outro paciente teve de me emprestar para que a minha mãe pudesse entrar na ambulância", relatou a filha. Do hospital, a monitora foi direto para o 1º Distrito Policial, onde o caso foi registrado. "Eu vou até o fim contra a Medical e se ganhar, vou fazer a doação para alguma entidade assistencial", comentou a mulher. Ela ainda disse que deve procurar a prefeitura nesta quarta-feira para comunicar o ocorrido. "Ele [prefeito] precisa saber como é o plano de saúde que ele paga para os funcionários da prefeitura", finalizou ela.

RESPOSTA

Em nota enviada à imprensa, durante a manhã de ontem, a Medical/Hapvida afirmou que lamenta o ocorrido e pediu desculpas se causou qualquer transtorno para a família da paciente. O hospital alegou que apurará o ocorrido, que entraria em contato com a família da idosa e reafirmou que "o acolhimento e bem-estar dos clientes são sempre a prioridade na atuação da companhia", finaliza a nota.

 

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