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"Monitoramento por câmeras é o futuro da segurança", diz secretário de Cordeirópolis

A tecnologia tem sido muito usada no combate a criminalidade em Cordeirópolis. A cidade conta com 35 câmeras já instaladas e mais oito que devem começar a operar em pouco tempo. A Gazeta conversou com o secretário municipal Dalton Carvalho Cais, tenente aposentado da Polícia Militar e que trabalho em cidades como Campinas e Limeira. A cidade também fará parte do sistema Detecta do Governo do Estado e do Cortex, que permitirá a troca de informação com a Polícia Rodoviária Federal.

GAZETA: Cordeirópolis é, praticamente, toda monitorada por câmeras de segurança. Isso tem ajudado no combate à criminalidade?

DALTON: Sim. Cordeirópolis é privilegiada na questão de monitoramento. Temos funcionando aqui o sistema da "Muralha Digital", com 19 câmeras, que fazem a leitura de placas de veículos em quase todas as saídas da cidade e temos 16 câmeras de monitoramento em vários pontos da cidade, que dão zoom, para que possa ser feito o monitoramento das vias da cidade, quase que na totalidade. Além disso, tivemos um investimento de R$ 100 mil, vindos do deputado Danilo Balas, que nós compramos oito câmeras de leitura facial. Isso não existe na nossa região. Agora só falta instalar os equipamentos.

GAZETA: Como que essas câmeras de leitura facial vão funcionar e onde elas serão instaladas?

DALTON: A maioria dessas câmeras ficará na região central. E ela é capaz de ler a face das pessoas. Por exemplo. Um comércio foi roubado por um homem, branco, de cabelo curto e camiseta preta. Qualquer pessoa com essas características que passar por uma das câmeras será identificada pelo sistema. Isso vai possibilitar que a gente ajude nas investigações da Polícia Civil, nos esclarecimentos de crimes.

GAZETA: E esse investimento todo, tem ajudado a diminuir o número de crimes na cidade?

DALTON: Categoricamente, eu afirmo que sim. Eu diria que esse caminho é o futuro da segurança pública. Quando você investe em sistema de monitoramento você não investe apenas na prevenção do crime. Você também investe no esclarecimento de delitos. Aqui em Cordeirópolis, quase que 100% dos crimes que acontecem são esclarecidos. Há alguns dias atrás, foi com a ajuda do sistema de câmeras que a gente identificou uma quadrilha que estava usando a cidade como um ponto de parada de camionetes de alto padrão, furtadas na região. Nós acionamos a polícia da região e o Baep de Piracicaba fez a prisão do receptador dessas camionetes.

GAZETA: E isso acaba impactando também a segurança das cidades da região. A "Muralha Digital de Cordeirópolis é interligada com o mesmo sistema de Limeira. Essa troca de informação entre as cidades ajuda na segurança de outros municípios?

DALTON: Sim, ajuda. Além das câmeras de leitura facial, Cordeirópolis já assinou convênio com o Detecta (sistema semelhante ao da Muralha, que pertence ao governo do Estado) e com o sistema Cortex da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Com isso, trocaremos informações com as polícias de todo estado e do país, pela PRF. Por exemplo. Se nós tivemos aqui um baiano, procurado pela Justiça do estado da Bahia, e ele tem um determinado carro. Se esse carro passar por Cordeirópolis, o sistema vai alertar nossa central.

GAZETA: Como funciona a Central de Monitoramento e quem faz esse monitoramento?

DALTON: Esse monitoramento é feito por pessoas concursadas da prefeitura. São os agentes de monitoramento. É uma função específica para isso e é coordenada há mais de 10 anos. pelo guarda civil municipal Leonardo Maximiliano. A integração com a Polícia Civil é praticamente em tempo real, pois a central fica dentro do prédio da delegacia de Cordeirópolis. Assim que acontece alguma coisa na cidade, a gente passa em tempo real para as polícias Civil e Militar, por meio de grupos de WhatsApp. E o caminho de volta também acontece. Às vezes, os investigadores estão precisando de uma informação sobre algo que temos, passamos na hora para eles. E esse relatório que é feito, ajuda no encaminhamento de demandas para o Poder Judiciário.

GAZETA: O maior desafio da segurança pública hoje é o tráfico de drogas ou a violência doméstica?

DALTON: Os dois. Eu sempre insisto em combater o tráfico de drogas, porque quando se combate ao crime, você combate outros crimes que são causados pelo tráfico. O viciado, por exemplo, que furta para comprar droga. E que, às vezes, morre por estar devendo para o traficante. Nós temos dentro da delegacia, nós tempos um funcionário que, mensalmente, emite um relatório sobre a situação da violência doméstica na cidade. Ela tem contato com direto com o Ministério Público, que pode ser acionado, se ela achar necessário. E aqui em Cordeirópolis também existe a Patrulha Maria da Penha. E a gente entende que temos de fortalecer esse combate. Estamos em contato com deputados para reivindicar veículos específicos para a patrulha.

GAZETA: Há um trabalho contra o tráfico nas escolas feito pela prefeitura?

DALTON: Nós temos dentro da GCM uma equipe especifica para fazer patrulhamento em portas de escolas, em forma de revezamento. A gente pediu para as escolas uma lista com os horários de entrada e saída de alunos e aumentamos o patrulhamento na região da unidade nestes horários. Além do contato com os diretores, que podem nos passar algum problema pontual. Esse trabalho a gente faz em conjunto com a PM, que é comandada pelo sargento Carlos. As equipes da Guarda, inclusive, têm um horário diferenciado para entrar de serviço para que quando os alunos entrem, já haja a viatura da Ronda Escolar nas ruas.

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