Um comerciante, de 52 anos, e a esposa dele, de 46, foram presos em flagrante por maus tratos a 133 cachorros, que estavam em situação insalubre em uma chácara do Residencial Estância das Flores, em Limeira, na tarde de ontem. Os cães eram, na maioria, da raça Lulu da Pomerânia e Spitzer Alemão. A Polícia Civil e o Departamento de Proteção e Bem Estar Animal, foram acionados por vizinhos, que começaram a estranhar o cheiro dos animais e o barulho de latidos.

Imagens foram feitas por cima do muro da propriedade e entregue às autoridades, que montaram uma operação para flagrar o comerciante, que ainda tentou alegar que não estava no local. Questionado , o comerciante alegou que "tem amor pelos animais", Ele recebeu voz de prisão e foi levado para a DIG. Foram localizados cães em todos os cômodos da casa, inclusive em dois banheiros. A situação mais grave era a de um quarto, o principal do imóvel, onde dezenas de cães dividiam um cercadinho. O piso de taco estava sujo de fezes e urina, exalando um forte odor, já que a janela permanecia fechada. No corredor que dava acesso aos quartos, animais eram mantidos em caixa de transporte, a exemplo do que ocorria na sala e em outros cômodos. Algumas cadelas com filhotes eram mantidas retidas nestas caixas.

Do lado de fora, quatro pontos concentravam animais; Uma construção que serviria como dispensa também tinha cachorro no interior. Um cachorro maior também era mantido preso em um campo de futebol da área de lazer. O imóvel era dotado de alguns equipamentos eletrônicos, mas a informação é que o comerciante e a esposa moram em um condomínio de classe média alta da cidade. Na piscina foi constatada a presença de larvas do mosquito transmissor da dengue, por fiscais do Departamento de Vigilância Sanitária. Na geladeira do imóvel, o suspeito mantinha alimentos e medicamentos de uso veterinários, alguns vencidos. Se for comprovada que os remédios eram aplicados em animais no local, o comerciante pode também responder criminalmente por isso. O casal foi preso pelo crime do Art 32 lei 9.605, de crimes ambientais.

ALPA

A presidente da Associação Limeirense de Proteção a Animais, Cassiana Fagotti, esteve no local e se comprometeu a levar alguns animais e encaminhá-los à doação. No entanto, todos os cães devem ser higienizados e avaliados por veterinários.
Cassiana elogiou o apoio que a Polícia Civil tem dado neste tipo de operação e alegou que, em 2015, o comerciante já tinha se envolvido em um processo pelo mesmo motivo. A presidente da ONG afirmou que, à época, "não houve o sucesso esperado" no caso. "Agora, com essa estrutura que a gente tem na cidade, fica mais fácil. Estamos acompanhando e a Alpa vai fazer o que for possível para ajudar esses animais", finalizou a protetora.