Imaginando que poderia sustentar a mentira inventada no plantão policial, no domingo de manhã, uma mulher, de 26 anos, só não contava com o fato de o, até então, suspeito do crime, procurar a delegacia para reaver o veículo dele, o qual a mulher alegou ter sido usado na ação.
O caso foi registrado durante a manhã do domingo, quando a moça procurou a delegacia e alegou ter sido colocada dentro de um carro, após ser abordada, perto de casa, em Rio Claro. A moça disse ter ficado desacordada e que, quando recobrou os sentidos, percebeu que havia um homem forçando uma relação sexual com ela. No depoimento, ela disse que brigou com o desconhecido e fugiu, procurando ajuda no pedágio da rodovia Dr. Cássio de Freitas Levy (Limeira - Cordeirópolis).

Uma guarnição da Guarda Civil Municipal (GCM) foi acionada e resgatou a mulher que, antes de ser apresentada na delegacia, mostrou aos guardas onde estava o carro, que fora abandonado pelo suspeito da violência sexual. A princípio, por se tratar de um objeto de crime, o veículo, que estava em um canavial, às margens da rodovia, foi apreendido no ato do registro na delegacia.

O caso não tinha nem sido encaminhado ainda à delegacia especializada de crimes contra as mulheres quando um homem procurou a sede da Delegacia Seccional, alegando que seu havia se perdido durante a sua vinda de Rio Claro para Limeira, na madrugada do domingo. Ele estava preocupado, pois estava acompanhado de uma mulher, que havia desaparecido junto com o carro. Ele foi atrás de informações sobre o paradeiro do veículo, já que imaginou que poderia ter sido vítima de um furto.

A Gazeta flagrou o homem procurando a delegacia e conversou rapidamente com ele. Sem saber da denúncia a qual lhe havia sido imputada, o rapaz disse que conheceu a moça em Rio Claro e que resolveu trazê-la para Limeira, mas, por desconhecer a cidade, havia se perdido e entrado no canavial. Ele teria pedido para que a mulher lhe esperasse que voltaria na sequência, após procurar por ajuda. Quando voltou, não encontrou mais nada.

Após relatar a situação, ele foi encaminhado à DDM, que foi alertada da situação. Ao chegar na delegacia, o rapaz foi detido e informado da denúncia que havia contra si e se propôs a acompanhar a equipe policial até Rio Claro para esclarecer o caso. Na cidade vizinha, a mulher foi ouvida e não conseguiu sustentar a versão que havia passado em Limeira. Após questionada, a mulher confessou que havia mentido, mas não explicou os motivos. O homem foi ouvido e liberado. A mulher deve responder um processo por falsa comunicação de crime, artigo 340 do Código Penal. A pena é detenção de um a seis meses e multa.