Roney José Venâncio de Souza, de 28 anos, foi morto com dois tiros, depois de invadir uma barbearia, na Rua José Alves Toledo, no Jardim Olga Veroni, no início da tarde de ontem. O autor dos tiros, que teria agido em legítima defesa, foi o barbeiro, que é casado com a ex-mulher do morto. A arma usada no crime foi levada ao local pelo desocupado. Ele foi ao local para um acerto de contas, acompanhado de duas pessoas, que estavam em um carro. Os ocupantes do veículo fugiram do local assim que os disparos foram ouvidos.

A Polícia Militar (PM) foi acionada para ir ao local, pois dois tiros haviam sido disparados e um homem estaria caído no meio da rua. Viaturas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foram ao local para tentar salvá-lo, mas ele não teve chance de socorro. O óbito foi constatado ainda no local. Segundo o que foi apurado, Roney saiu ontem de manhã da cadeia e teria ido ao local para tirar satisfação com o casal. Ao invadir o local, o barbeiro teria reagido à ação do homem e os dois entraram em luta corporal.

Durante o embate, o barbeiro conseguiu desarmar o desafeto e disparou duas vezes, ainda dentro do estabelecimento. Atingido, ele ainda teve forças de caminhar por alguns metros, mas caiu já desfalecido no meio da rua. A Gazeta conseguiu contato com uma mulher, que disse ter tentado socorrer Roney. Ela confirmou que ouviu os disparos e que, em seguida, viu o homem sair do estabelecimento.

Depois dos disparos, o barbeiro abandonou a arma no local e desapareceu. A mulher dele, pivô da situação, aguardou a chegada da corporação e foi conduzida à delegacia. Ela foi ouvida na Delegacia de Investigações Gerais (DIG), pelo delegado Leonardo Burger e liberada, em seguida. A expectativa, durante o registro do caso é que o autor dos tiros se apresentasse na delegacia, o que não ocorreu. O corpo de Roney passou por perícia criminal e foi recolhido ao Instituto Médico Legal (IML) de Limeira.

AMEAÇA

Recentemente, a Delegacia de Defesa da Mulher registrou um boletim de ocorrência da mulher, contra Roney. A Gazeta conseguiu apurar que o rapaz teria dito a conhecidos que, quando saísse da cadeia, mataria ela e o barbeiro. O caso foi registrado na DIG (Delegacia de Investigações Gerais) como homicídio do barbeiro contra o desocupado. No entanto, o caso seria encaminhado ainda ontem ao distrito da área (4º), para a análise do delegado João Batista Vasconcelos. O registro da ameaça proferida por Roney também seria anexado aos autos e caberia a Vasconcelos a decisão se o barbeiro agiu em legítima defesa, ou não. Caso se confirme a tese, ele não responderia pelo homicídio, já que agir para se defender, ou a terceiros, exclui a ilicitude do crime. O barbeiro seguia desaparecido até a noite de ontem.