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Homem que matou em depósito de bebidas se torna réu

O juiz Guilherme Lamas, titular da 2ª Vara Criminal de Limeira aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público (MP) contra o comerciante V.A.V., 41 anos. "Beiço", como é conhecido, é dono de um depósito de bebidas na Boa Vista, e apontado como responsável pela morte de Cristiano Sampar de Souza, de 42 anos, no dia 10 de setembro. O crime ocorreu na frente do comércio do acusado. Com a aceitação da denúncia, Beiço se torna, oficialmente, réu.

A promotora Débora Bertolini entendeu que Beiço deve responder por homicídio duplamente qualificado, pois o crime foi cometido por motivo fútil e com recurso que dificultou a defesa da vítima. A promotora entendeu que a razão do crime foi uma discussão por "razões somenos importância". Débora cita ainda que "era inimaginável que a vítima pudesse se defender de um ataque provocado pelo denunciado, que se armou de um revólver de inopino (repentinamente), surpreendendo-a.

O CASO
Cristiano Sampar de Souza foi morto com seis disparos na frente do estabelecimento do acusado, na noite do sábado, dia 10 de setembro. Ambos teriam discutido, o que levou Beiço a sacar o revólver calibre 22, que costumava carregar no bolso, e atirar na vítima. Souza foi encontrado por testemunhas caído na rua e mesmo com o socorro rápido ao hospital, faleceu ao dar entrada na Santa Casa.

Entre as testemunhas, arroladas no inquérito policial, estão um homem e uma mulher, que são sócios de um estabelecimento próximo ao local do crime. Em depoimento, ambos alegaram ouviram os disparos. O homem alega que foi ele que correu para tentar socorrer a vítima e que prestou os primeiros atendimentos até a chegada da viatura do Samu. A mulher afirmou que foi ela que ligou para o serviço de emergência e que ficou dentro do estabelecimento atendendo seus clientes. Ela cita ainda que teve uma crise nervosa e que não lembra de muita coisa daquela noite.

Uma terceira testemunha, amigo de infância de Beiço, disse à polícia que tomava cerveja no estabelecimento do suspeito quando Beiço lhe disse que precisava conversar com a vítima. Em seguida, ouviu os disparos e viu Beiço correndo, pedindo para que ele fechasse o depósito. A testemunha alegou que ainda advertir Beiço sobre o que ele tinha feito e foi embora.

PRISÃO
Logo após o crime, Beiço fugiu de Limeira e foi preso por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Porto Seguro, no sul da Bahia, 5 dias depois. Durante a fuga, ele teria passado na casa da mãe em Albertina (MG) e que pretendia chegar á Bahia, onde entraria em contato com o seu advogado. No meio do caminho, Beiço foi parado em uma blitz da PRF e preso. A prisão temporária foi revertida em preventiva (sem prazo para terminar), a pedido da promotoria pública.

Em sua representação, a promotora alega que "o custodiado praticou crime extremamente grave contra a vítima. Tem-se que solto o acusado poderá vir a praticar outros crimes como forma de retardar ou até mesmo impedir a continuidade da persecução penal, até mesmo porque até pouco tempo estava foragido, sendo possível, inclusive, tentar contra as testemunhas, que lhe são conhecidas, o que torna evidente o perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. A prisão preventiva justifica-se, ainda, para preservar a prova processual, garantindo sua regular aquisição, conservação e veracidade, imune a qualquer ingerência nefasta do agente", relata Débora. 

Beiço alega que agiu em legítima defesa

No depoimento prestado ao delegado Leonardo Bruger, Beiço alega que se sentiu ameaçado por Souza e que teria agido em legítima defesa. No dia 3 de outubro, a autoridade policial o interrogou. Ao lado de seu advogado, o comerciante disse ter encontrado horas antes do crime, no trânsito. Com o dedo em riste, como se fosse uma arma, Cristiano teria dito que "depois eu passo lá para conversar com você e resolver".

Segundo o autor, a vítima havia lhe oferecido para venda uma arma calibre 38, mas que não havia mostrado o revólver. Na hora do crime, a vítima teria chegado alterado no bar e pedido para conversar com o autor. Ambos discutiram e Souza partiu para cima da vítima, que teria disparado um tiro em direção ao chão para intimidar a vítima. De acordo com Beiço, Cristiano ficou mais nervoso e tentou agredi-lo. Com relação a arma do crime, Beiço alegou que se desfez dela no durante a viagem para a Bahia.

O comerciante ainda alega que toma remédio controlado e que já foi viciado em cocaína, mas que há mais de 5 meses não usa mais o entorpecente. Ele nega que estivesse bêbado ou drogado no momento do crime.

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