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Após morte, Limeira fica mais de 48 horas sem registrar roubos

Limeira viveu, da madrugada do sábado a madrugada da segunda-feira, pouco mais de 48 horas sem registrar sequer um caso de roubo. Os dados foram levantados pela reportagem nos registros criminais feitos no plantão policial durante o final de semana. O dado chama a atenção pois, nos últimos dias, a cidade vive uma onda de roubo de veículos, principalmente moto. A Gazeta mostrou há pouco mais de 10 dias que um grupo de marginais criaram um perfil no Instagram denominado "Os Capetinhas do 157" (número do artigo do Código Penal que caracteriza o roubo) para ostentar os veículos roubados. A Polícia Civil tenta a identificação e, posterior, localização dos rapazes que aparecem nas imagens confessando o roubo dos veículos. Alguns cobrem os rostos para não serem identificados. Segundo o site da Secretaria de Segurança Pública (SSP/SP), no período de janeiro a setembro deste ano, os números de roubos de veículos subiram 92%, em comparação ao mesmo período do ano passado.

A tese é que a morte do adolescente de 17 anos, Jeferson Wesley Ribeiro de Oliveira, tenha feito com que este índice criminal caísse a zero. "Normalmente é assim. Quando um ladrão morre, eles (marginais) ficam assustados e tiram o pé", disse um policial que preferiu não se identificar. "É uma visão simplista, mas tem muito moleque novo 'emocionado' roubando e quando toma esse choque de realidade (possibilidade de confronto e morte), cai a ficha e eles ficam com receio", afirmou o policial.
Na tarde da sexta-feira, o adolescente, em conluio com mais três rapazes roubaram um carro em Iracemápolis. Durante a ação, eles amarraram as vítimas e as abandonaram em meio a um canavial. Uma delas conseguiu se libertar e avisou a Polícia Militar. Horas depois, uma viatura da Companhia de Força Tática encontrou os suspeitos, que abandonaram o carro e fugiram a pé. Um deles, um rapaz, de 22 anos, foi preso em seguida do lado oposto a uma área verde que eles usaram na fuga. O adolescente foi encontrado na mata e reagiu a abordagem. Ele foi alvejado e morreu.

OPOSIÇÃO

A morte do menino, registrada como roubo e homicídio resultante de oposição à intervenção policial, ocorreu poucas horas depois de a morte de um morador de rua, de 51 anos, completar uma semana. Ele tentou agredir com uma foice um policial militar de folga, na porta de uma escola na Via Guilherme Dibbern, no Alto do Graminha, na sexta-feira anterior, dia 18, e foi alvejado.
Além desses casos recentes, a cidade havia registrado a morte de Diógenes Morares dos Santos, no dia 14 de setembro. Ele invadiu uma casa após fugir de uma abordagem policial e tentou agredir um sargento com uma faca. Houve reação e o rapaz morreu.  "Não é o resultado que ninguém quer, mas, às vezes, a ação do policial se torna necessário para sua própria segurança. Quando o policial se sente ameaçado, ele tem de agir com o que tem. Ele pode portar e deve usar a arma, caso julgue necessário", alegou o policial.

Em 2021, a cidade registrou apenas um caso do tipo. A morte de dois rapazes, de 22 e 23 anos, dentro de uma casa, no bairro da Geada, na tarde do dia 16 de abril. O mais velho, identificado como Matheus Venâncio Correia, estava se escondendo no local, pois horas antes matou, com um tiro na cabeça, o professor Jorge Luís de Almeida, de 55 anos, na Avenida Pedro Zacarias.  O docente apenas passava pelo local e foi alvejado enquanto levava o filho à escola. A criança assistiu a morte do pai. Os dois rapazes mortos teriam se oposto a uma abordagem que seria realizada por policiais do Baep de Piracicaba, que trabalha na elucidação do caso. Houve troca de tiros e ambos morreram.

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