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Cemitérios são invadidos e túmulos são furtados e vandalizados

Um boletim de furto a um vaso de bronze do Cemitério Municipal de Limeira foi registrado por uma mulher, de 50 anos, no plantão policial, durante a noite de anteontem, em Limeira. Ela foi ao local visitar o túmulo onde o pai está sepultado e percebeu que o ornamento não estava mais no local. O caso deve ser investigado pelo delegado do 1º Distrito Policial (DP), responsável pelo setor onde o cemitério está localizado.

Para quem entra e olha com um pouco mais de atenção para os dois cemitérios da região central, não é difícil perceber a ação dos vândalos. Segundo apurado pela reportagem, o cemitério Saudade 2, que é gerido por uma empresa particular, é o preferido dos marginais. Bastou andar para achar dezenas de túmulos sem imagens santas, placas com nomes de falecidos e, principalmente, vasos de bronze. O acesso ao interior do espaço seria facilitado pela altura do muro. "Se qualquer homem adulto for no muro e erguer o braço, pega na parte de cima dele. Como querem que não invada?", relatou um trabalhador do local.

Em alguns dos túmulos dá para perceber a presença dos 'copos' que vão dentro dos vasos e que não teria valor comercial e a areia, retirada dos vasos, e jogada ali mesmo. A reportagem conversou com pessoas que trabalham com a limpeza e reforma de túmulos. Elas preferem não aparecer, por medo de represália, mas alegaram que diariamente, dá para perceber os furtos. "A gente que está todo dia aqui até sabe qual foi o túmulo atacado. Hoje (ontem), deve ter sido uns 15", relatou um dos trabalhadores.

Os furtos são 'setorizados', segundo essas pessoas. Agora, túmulos da região que fica próximo ao final da Rua Alferes Franco, são os alvos. "Olha aqui. Esse muro é baixo demais e lá do outro lado (na rua Alferes Franco), têm postes apagados. Você acha que alguém vai perceber eles pulando aqui para dentro?", questionou o funcionário. Na semana passada, o cemitério sofreu com uma onda de furtos de imagens santas. A reportagem constatou alguns túmulos com marcas de onde ficavam as imagens. Nesta semana, o alvo é vaso de bronze. "Na sexta-feira passada, a prefeitura mandou os guardas para ficar patrulhando a parte da frente (próximo à avenida Saudade). Eles foram e invadiram por trás (na região da caixa d'água)", disse uma mulher que conversou com a reportagem.

A incidência de furtos no espaço é tão grande que um homem fechava os buracos da tampa do túmulo. Segundo ele, a família da pessoa enterrada ali cansou de repor as peças furtadas e decidiu que, agora, a tampa vai ficar lisa, sem nenhuma identificação.  As torneiras, usadas pelos trabalhadores também já foram furtadas várias vezes. Um deles alegou que teve de comprar, do próprio bolso, torneiras de plástico para poder usá-las sem surpresa. "O cemitério é gerido por uma empresa que ganha muito dinheiro aqui. Eles têm condições de colocar luzes, alarmes e câmeras aqui", relatou uma das pessoas ouvidas pela reportagem.

 

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