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Inquérito sobre mulher que forjou sequestro é encerrado

A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) encerrou o inquérito do caso da corretora de imóveis, de 35 anos, que forjou o próprio sequestro, em julho. O delegado representou pelo indiciamento da mulher por extorsão contra o marido e falsa comunicação de crime. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. (SSP/SP). 

O delegado titular da unidade falou em setembro à reportagem que esperava o resultado do laudo pericial que poderia identificar, pelas impressões digitais, o suposto comparsa da mulher. Mas o IIRGD (Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt), responsável pelo arquivamento do sinal identificador pessoal, não conseguiu localizar nos arquivos os sinais encontrados no carro da vítima, usado na farsa.

INCONSISTÊNCIAS

Ao investigar a situação para tentar identificar os supostos sequestradores, a Polícia Civil começou a perceber "algumas inconsistências" em versões dadas pela vítima. A mulher foi chamada e acabou confessando que armou o sequestro, pois passava por problemas financeiros e precisava de dinheiro para pagar algumas dívidas. O delegado afirmou também que descarta que o marido soubesse da farsa. "Ele também foi vítima disso tudo. Não sabia de nada", relatou Leonardo Burger, titular da especializada.

MENTIRA

A história começou por volta do meio dia e meia do dia 6 de julho deste ano, quando o marido, que trabalha no Edifício Prada, recebeu uma mensagem de texto, supostamente enviado pelos bandidos, que já haviam capturado a mulher, segundo ela, na região da rotatória do cruzamento entre as avenidas Cônego Manoel Alves e Libertino Pizani, no Jardim Morro Azul. O homem disse aos policiais que havia conversado com a mulher pouco antes e que depois da mensagem perdeu o contato. Antes de avisar o marido, porém, a mulher teria sido obrigada a sacar R$ 2 mil de um supermercado na região do Parque Nossa Senhora das Dores. Como é funcionário da prefeitura, o homem teria procurado ajuda no gabinete do prefeito, onde foi acolhido pelos funcionários. O secretário de segurança pública municipal, Wagner Marchi, foi acionado e entrou em contato com a DIG, referência para esse tipo de caso na região. Houve negociação e pedido de resgate de R$35 mil para libertar a mulher. Dois helicópteros, um particular e o Águia, da Polícia Militar, foram usados em buscas na região da rodovia Limeira - Iracemápolis, já que os contatos telefônicos eram feitos daquele lado da cidade. A operadora do celular da mulher informava, em tempo real, qual torre era usada pelo aparelho dela para trocar sinal. O marido chegou a receber fotos da mulher amarrada no meio do mato, com ameaças à vida dela, caso o pagamento não fosse realizado. Durante a negociação, o homem chegou a transferir R$1 mil, mas o valor foi bloqueado pelo banco, a pedido da Polícia Civil. Após algumas horas, por volta das 19h, a mulher entra em contato com o marido, alegando que havia sido abandonada ilesa, em uma praça do Distrito Industrial 1 de Iracemápolis.

Ela foi resgatada e levada para a DIG de Limeira para o registro do caso, onde reafirmou ter sido arrebatada por bandidos. Em seu relato, a mulher disse que ficou a maior parte do tempo dentro do carro, rodando pelas ruas da cidade. Disse ainda que só desceu do carro para ser fotografada. O sistema da Muralha Digital de Limeira não acusou a passagem do carro dela na câmera instalada na rodovia que liga Limeira a Iracemápolis. Mais tarde, já durante a madrugada do dia 7, a GCM localizou o carro que havia sido levado pelos sequestradores, em uma rua da região do Parque Abílio Pedro. O carro estava intacto e foi devolvido ao casal ainda durante aquela madrugada.

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