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Manifestações em Limeira: doações de alimentos, presença da Tropa de Choque, feridos e novo ato

A Rodovia Anhanguera, que era bloqueada por manifestantes, inconformados com o resultado das eleições do último domingo, foi liberada durante a noite da última quarta-feira, depois de cerca de 56 horas de manifestações. A ordem do plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF), para a liberação havia ocorrido na segunda-feira. A determinação autorizava o uso de força policial, caso fosse necessário. Durante mais de 24 horas, a Polícia Militar tentou negociar a desobstrução total da rodovia, sem a necessidade da intervenção da tropa especializada.

Os manifestantes chegaram a liberar uma das vias, que por vezes voltavam a ter o trânsito fechado pelos manifestantes, que transitavam pelo leito carroçável da via. Na manhã da última quarta-feira, feriado, milhares de limeirenses foram ao local apoiar o movimento. Haviam muitas crianças, mulheres e idosos, demonstrando a insatisfação de forma pacífica. Por outro lado, a PM tentava fazer a decisão judicial ser cumprida.

No começo da tarde, diante da insistência das pessoas em não deixar o local, o comandante do 36º Batalhão da Polícia Militar (BPM/I) de Limeira, tenente coronel Adriano Vieira Braz, determinou que panfletos fossem entregues aos manifestantes, pedindo para que eles deixassem o local, antes da ação do Choque. O sistema de som da própria manifestação também foi usado para alertar as pessoas.

Cerca de duas horas antes da intervenção, policiais militares começaram a abordar pessoas para avisá-las, mas não adiantou. Quando a tropa especializada chegou, milhares de pessoas ainda estavam na rodovia e em suas imediações. Em uma ação que não durou mais do que 10 minutos, a Tropa de Choque liberou a rodovia, com o uso de bombas de som e luz, gás lacrimogêneo e elastômero (balas de borracha).

Depois do confronto, cinco pessoas foram detidas e encaminhadas para a delegacia de polícia. Três delas, responderão por crime de desobediência e as outras duas foram ouvidas e liberadas.

FERIDOS
Nas redes sociais, pelo menos dois vídeos foram compartilhados de pessoas sendo socorridas. Uma dessas pessoas recebeu um tiro de elastômero no rosto, próximo aos olhos. Ele foi socorrido pelos próprios manifestantes. Em outro caso, a vítima está deitada em uma maca. Não dá para identificar o tipo de ferimento. A reportagem recebeu também, pelo menos, fotos de cinco pessoas feridas, também por balas de borracha. A reportagem não conseguiu contabilizar, junto às unidades de saúde da cidade quantas pessoas procuraram atendimento médico logo após o ocorrido. 

ALIMENTOS
Ainda durante a noite de quarta-feira, um empresário da cidade postou em suas redes sociais um vídeo onde entrega, junto a outros manifestantes, alimentos que não foram utilizados no ato para o Cantinho do Vovô. O empresário ainda relata que iria passar por mais duas instituições de caridade sem, no entanto, citar nomes. O asilo confirmou à reportagem que recebeu as doações citadas no vídeo.

TIRO DE GUERRA
Após serem dispersados da rodovia, alguns dos manifestantes foram à sede do Tiro de Guerra 02-020, localizado, no Jardim Piratininga. Neste local, a manifestação durou apenas algumas horas e logo foi dispersada, naturalmente. Não houve registro de ocorrências com relação a esse segundo ato.

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