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Viciados tomam conta de Estação Ferroviária no Centro

O prédio que abrigava a antiga estação ferroviária de Limeira está sendo destruída pela ação de vândalos, viciados e marginais. Antes do incêndio que atingiu parte do imóvel, em novembro de 2018, o local abrigava a reserva técnica do Museu Major José Levy Sobrinho. O fogo teria começado depois que vândalos tentaram furtar um micro-ondas que estava na cozinha do local. A ação causou um curto circuito, que deu início ao fogo.

Depois do episódio, o prédio chegou a ser reformado pela Rumo, empresa que explora o serviço ferroviário na cidade. O projeto foi elaborado pela prefeitura e passou pelo crivo do Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico e Arquitetônico de Limeira. A obra contemplava a recuperação dos ambientes externos, revestimento dos pisos, parede e teto. Na parte interna seriam reformados também as louças e metais sanitários. A ideia, segundo o responsável pelas Relações Governamentais da Rumo, Rodrigo de Stefani, era deixar o local o mais parecido possível com a época em que ela foi inaugurada, em 1876. 

No entanto, depois da entrega da obra, o local foi abandonado. Sem nenhum tipo de obstáculo para ter acesso ao espaço, os desocupados transitam tranquilamente pelas plataformas, com o caminho livre para vandalizar, ou até, furtar o local. A Gazeta conseguiu apurar que o governo não teria decidido ainda o que seria feito com o local. Enquanto isso não ocorre, o que se vê no local é de se lamentar. Em uma região problemática da cidade com relação ao uso e a venda de drogas, o prédio virou abrigo para qualquer sorte de desocupado. Recentemente, o Serviço Social da Prefeitura junto com a GCM chegou a fazer ações visando retirar as pessoas do local, mas sem muito sucesso. Em uma dessas ações a Guarda Civil Municipal chegou a levar pessoas para a delegacia, mas eles foram liberados após o registro de um boletim de ocorrência.

Sem aceitar do Ceprosom (Centro de Promoção Social Municipal) ajuda para deixar o prédio, desocupados já montaram barracos próximo a linha férrea. Quem passa pela Marginal Tatu, percebe a presença de dezenas de pessoas próximo ao prédio, de importância histórica para a cidade. Sem contar com aquelas pessoas que não querem ser vistas e ocupam a passarela que passa sob a linha férrea. Informações dão conta que a estação já está às escuras, pois a fiação do local, além de peças do hidrante contra incêndio já foram furtadas.

DO LADO DE FORA

Durante a produção da matéria no local, a reportagem da Gazeta foi procurada por comerciantes e populares que passam pela região da rua Cunha Bastos. Segundo relatos de testemunhas, que preferiram não ser identificadas, os comércios locais sofrem com desocupados pedindo dinheiro e comida durante todo o dia.

Os hotéis que ficam na Rua Barão de Cascalho, entre a praça João Pessoa, que fica na frente da estação, e Tiradentes servem de ponto para programas sexuais e venda de entorpecente. Recentemente, a PM localizou celulares roubados em um dos estabelecimentos.

Essas testemunhas lamentam também o estado do prédio. "É o dia inteiro gente entrando e saindo de lá. Às vezes, a gente vê eles entrando com alguns objetos, que a gente desconfia que sejam furtados. Mas, se a gente denuncia e a GCM chega lá, quem fica no local, depois vem tirar satisfação com a gente", relatou um comerciante da região.

Um deles lamenta o desperdício de dinheiro, usado na reforma, jogado fora. "Tem de responsabilizar quem deixa chegar nesse ponto. É inadmissível que um prédio lindo deste, sofra com o abandono total do poder público e com a ação desses vagabundos", relatou uma testemunha.

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