Uma mulher, de 58 anos, que terá sua identidade preservada, entrou em contato com a reportagem para afirmar que foi importunada sexualmente por um homem, dentro de um ônibus de transporte coletivo, no último sábado, na região do Jardim Santa Adélia. O crime foi cometido quando apenas ela e o desconhecido eram transportados. Ao pedir socorro ao motorista, a vítima disse ter sido ignorada por ele.

Ela não registrou a queixa na polícia, mas pede para que o caso ganhe publicidade para alertar as mulheres que precisam usar diariamente o transporte coletivo. A angústia dela teria durado cerca de 15 minutos, logo no começo da manhã, quando ela se dirigia ao seu trabalho. A mulher havia embarcado no Terminal Central Urbano em um ônibus da linha 11 e resolveu se distrair mexendo no celular.

O importunador entrou no ônibus na região do Parque Nossa Senhora das Dores e pediu para se sentar ao lado dela. “Eu estava tão entretida com o celular que eu nem percebi que o ônibus estava vazio. Ele pediu licença para sentar ao meu lado e eu concordei”, disse ela. Alguns instantes depois, ela percebeu que o homem, por baixo de sua bolsa que estava em cima das pernas, acariciou suas partes íntimas.

“Eu já levantei, dizendo que era para ele sair de perto de mim. Enquanto eu tentava me afastar, ele escorregou a mão pelo meu corpo e chegou ao meu peito, alegou a mulher, que tentou se aproximar do motorista. “Pedi socorro ao motorista, pedindo para que ele parasse o ônibus, mas ele me ignorou. Nisso, o rapaz chegou e me prendeu no vão da catraca. Eu pedi para o motorista parar o ônibus e ele não parou. A única coisa que o condutor fez foi perguntar para o rapaz se estava tudo bem”, reclamou a mulher.

A vítima conseguiu se livrar do importunador perto do ponto onde pretendia descer. “Na hora que a porta abriu, eu só queria saber de correr. Nem olhei para trás, com medo que ele estivesse me seguindo”, disse. Ao perceber que a mulher havia fugido, o importunador pulou a catraca e foi para cima do motorista. “A sorte é que uma testemunha que trabalha na frente do ponto, percebeu que algo estava errado e tirou o rapaz de dentro do coletivo.

A mulher frisou que se sente desprotegida dentro dos ônibus e acredita que mais mulheres sofram este tipo de situação diariamente. “Eu saio de madrugada de casa para ir ao trabalho e, agora, tenho a impressão que ele vai voltar para me importunar de novo”, alegou. O importunador foi descrito como sendo um homem de cerca de 30 anos, loiro. Ele parecia estar alterado. “O meu medo naquela hora era ele estar armado e eu não conseguir me defender das investidas dele”, finalizou a mulher.