A empresa responsável pelo carro forte alvo de bandidos no começo da noite desta segunda-feira, na Rodovia Anhanguera, em Limeira, estimou que os bandidos que explodiram o veículo tenham levado R$2.403.710 depois da explosão do cofre. Este era o valor que estava no interior do cofre do veículo. O representante da empresa de transporte de valores acompanhou o registro feito pelo delegado Leonardo Burger, na DIG (Delegacia de Investigações Gerais), já durante a madrugada de ontem. Quatro vigilantes estavam no interior do carro forte e dois deles sofreram escoriações, causadas por estilhaços dos tiros.

Conforme a Gazeta destacou ontem, o carro forte foi interceptado por, pelo menos, três veículos, que abriram fogo. O ataque foi no quilômetro 137 da via, na pista sentido capital. Os vigilantes fugiram deixando o caminho livre para a colocação de explosivos e a detonação do cofre, que destruiu completamente o veículo. O vidro dianteiro do veículo, com marcas de tiros, foi encontrado a cerca de 200 metros do veículo. Após pegarem os malotes, os marginais fugiram. A explosão causou transtorno para quem passava pelo local, já que o tráfego de veículos ficou comprometido.

Equipes da concessionária, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Militar Rodoviária, Baep de Piracicaba, Polícia Científica e da Polícia Civil de Limeira, Piracicaba e São Paulo foram ao local para começar o trabalho de investigação do caso. Cápsulas de fuzil foram encontradas no canteiro central da rodovia e alguns veículos que transitavam pelas duas pistas da rodovia tiveram os pneus dos carros furados por “miguelitos”, pontas de metais que foram espalhadas pelas faixas das vias.

Logo após ser avisada da ação dos bandidos, a companhia de Força Tática de Limeira enviou suas viaturas à região. Durante buscas, o telefone 190 foi acionado por testemunhas que presenciaram a entrada de um veículo em um canavial da via que liga os bairros do Tatu ao Lopes. Patrulhas foram à região e encontraram uma Mitsubishi Outlander prata, blindada, abandonada em meio à cana.

VEÍCULO
O vidro do tampão traseiro foi cortado para que os marginais pudessem colocar os canos das armas para fora. Dentro do automóvel foram encontrados 13 cartuchos de calibre .50, sendo que 12 delas estavam deflagradas. No friso da porta do carona, os policiais militares encontraram duas emulsões de explosivos. O Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Polícia Militar da capital esteve em Limeira para neutralizar o explosivo, que foi apreendido e deverá passar por perícia.

Integrantes do IIRGD (Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt), também foram ao canavial para coletar impressões digitais em partes do carro, como volante, alavancas do freio estacionário e da marcha e nas maçanetas, por exemplo. Peritos criminais fizeram a recolha de material genético, para confronto com o banco de dados existente no estado. Todo trabalho foi supervisionado pelo delegado William Marchi, titular do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) de Piracicaba e por investigadores do setor de roubo a bancos da capital. 

Ainda durante a madrugada foi possível determinar que a Outlander saiu da cidade pelo acesso que fica na frente da Estação de Tratamento de Água da cidade. Câmeras da Muralha Digital flagraram o veículo entrando e saindo da rodovia, momentos antes da passagem do carro forte. O veículo ostentava uma placa falsa, que foi apreendida. Ela pertence a uma pessoa de origem oriental e tem queixa de roubo. Na manhã de ontem, a Gazeta tentou contato com o delegado da DIG para atualizar as informações, mas Burger alegou que precisaria de autorização do comando da corporação para falar sobre o caso. Ainda não se sabe se o caso será investigado pela especializada limeirense, ou será encaminhado para outra delegacia do estado.