
Com mercado imobiliário em alta, segurança em obras é um desafio
O
Brasil vive um momento de expansão do mercado imobiliário. Segundo a Câmara
Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), houve aumento de 15,7% na
venda de imóveis no primeiro trimestre de 2025. No mesmo período, houve o
lançamento — em 221 cidades pesquisadas — de mais de 84 mil novas unidades
habitacionais, alta de 15,1% em relação ao mesmo período de 2024. Em um cenário
de ampliação no número de obras, a segurança dos canteiros é um desafio para as
construtoras.
No
último dia 2 de setembro, a Polícia Militar de Catalão, no estado de Goiás,
prendeu um grupo de criminosos especializado no furto e roubo de materiais de
construção. Os três homens invadiam condomínios em construção e retiravam as
mercadorias, que eram repassadas a receptadores.
Para
Sandro Christovam Bearare, especialista em segurança, pós-graduado em Perícias
Criminais e Ciências Forenses, o
modus operandi desse grupo é bastante comum, e as empresas já entenderam que a
segurança é um item fundamental no planejamento de um lançamento imobiliário.
“Um
empreendimento invadido e furtado gera transtornos que vão além do prejuízo
financeiro. Representa atrasos nas obras, o que implica custos elevados, por
envolver questões contratuais e até de credibilidade. Por isso, antes mesmo do
lançamento, a área do projeto deve estar equipada com um sistema de segurança
consistente, operado por profissionais capacitados”, afirma.
Segundo
o especialista, as construtoras podem montar suas próprias equipes de segurança
ou optar pela contratação de empresas especializadas. “O essencial é que haja
sinergia entre as equipes do projeto, envolvendo os setores vulneráveis e os
diferentes níveis de segurança — patrimonial, digital e do trabalho —, de modo
a garantir uma operação integrada entre a execução da obra e os responsáveis
pela sua proteção”, ressalta.
Segurança nos
canteiros de obra – por que se preocupar?
Prejuízo financeiro –
materiais e máquinas alocados nos canteiros exigem um alto investimento. Roubos
e furtos impactam diretamente no custo da obra.
Prejuízo no
cronograma – a falta desses materiais e equipamentos implica no atrasou até
na paralisação da obra, impactando o cronograma de entrega. Obra atrasada
impacta na credibilidade do empreendedor e pode levar até mesmo a ações
judiciais de quem comprou na planta.
Risco físico – a
invasão das quadrilhas aos canteiros aumenta o risco de acidentes, além de
prejudicar a saúde mental dos trabalhadores.
05 dicas para
proteger a sua obra
De acordo com Sandro Christovam Bearare, algumas medidas
podem reduzir significativamente os riscos:
Mapear
vulnerabilidades: realizar uma análise prévia da área e identificar pontos
de fácil acesso, ajustando o perímetro com cercas, iluminação e monitoramento.
Controle de acesso:
adotar sistemas de cadastro de funcionários, visitantes e fornecedores, com
registro de entrada e saída.
Vigilância integrada:
combinar rondas presenciais com monitoramento por câmeras, garantindo resposta
rápida em caso de incidentes.
Gestão de materiais:
manter registro detalhado do estoque de insumos e ferramentas, com auditorias
periódicas para evitar desvios internos.
Integração com
autoridades locais: estabelecer contato direto com a Polícia Militar e a
guarda municipal, criando canais rápidos de comunicação em caso de ocorrência.
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