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Queda nas medidas protetivas acende alerta em Limeira

O Brasil continua a enfrentar um cenário alarmante de feminicídios. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o país mantém, há cinco anos, a média de quatro assassinatos de mulheres por dia, motivados por questões de gênero. Apenas no primeiro semestre de 2025, foram registrados 718 casos. Em 2024, o total chegou a 1.459 mortes, o maior número desde o início da série histórica, em 2020.

Além dos homicídios, o levantamento aponta que a maioria das vítimas não busca ajuda formal. Cerca de 61% das mulheres agredidas não registram boletim de ocorrência, e sete em cada dez não solicitam medidas protetivas. Medo, dependência emocional ou financeira e falta de confiança nas instituições são fatores que contribuem para a permanência no ciclo de violência.

Em Limeira, os dados também preocupam. O número de medidas protetivas concedidas caiu de 834 em 2024 para 594 até agosto de 2025. Em contrapartida, os registros de violência aumentaram, passando de 1.415 para 1.843 no mesmo período.

No ano passado, o município teve um aumento de 27% nas ocorrências de violência contra a mulher: foram 132 casos, contra 104 em 2023. No total, 216 ocorrências foram contabilizadas, mas apenas 86 chegaram a julgamento até o momento.

Um episódio recente evidencia a gravidade da situação. No último fim de semana, um homem foi preso após agredir a companheira dentro da residência do casal, no Jardim Nova Europa. A vítima relatou que vinha sofrendo violência física, psicológica e patrimonial. Em agressões anteriores, o autor conseguia fugir antes da chegada da polícia. A mulher contou ainda que possuía uma medida protetiva de urgência, válida até março deste ano, mas havia pedido sua revogação após ser convencida pelo agressor a retomar o relacionamento.

O Observatório Social do Brasil – Limeira (OSB-Limeira) acompanha de perto o tema por meio do Grupo de Trabalho Observadoras, criado para ampliar a representatividade feminina no espaço público e fomentar discussões sobre os direitos das mulheres. A violência de gênero, inclusive, é um dos pontos centrais do Mapa de Risco que fundamenta o Termo de Compromisso com Limeira 2025–2028, documento que norteará as ações do OSB nos próximos anos.

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