Foto de capa da notícia

Natal: como outras religiões se relacionam com a data

Hoje, a maioria dos cristãos comemora o Natal.  A princípio, o dia 25 de dezembro estava relacionado à festa do deus Sol Invictus, patrono dos soldados romanos. Com a expansão do cristianismo, no ano de 354 depois de Cristo, a Igreja Católica oficializou a data como a natividade de Jesus Cristo, apresentado como o verdadeiro sol dos cristãos. Em algumas passagens no Velho Testamento da Bíblia, há referências a Jesus como “Sol” e “astro nascente”. A festa de Natal vai além de presentes e da figura do Papai Noel e surgiu como uma forma de expressão religiosa.https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.png?id=1624938&o=nodehttps://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.gif?id=1624938&o=node

 

Poucas datas do calendário religioso alcançaram tamanho impacto cultural quanto o Natal. Este dia marca, para os cristãos, o nascimento de Jesus Cristo e representa um dos momentos mais importantes do cristianismo. Ao longo do tempo, porém, a data ganhou contornos que vão além da religião, incorporando símbolos, costumes e valores que passaram a integrar a vida social de milhões de pessoas ao redor do mundo. Nesse contexto, surge a curiosidade sobre como outras religiões enxergam e se relacionam com o Natal.

 

No judaísmo, o Natal não possui significado religioso. Os judeus não reconhecem Jesus como o Messias prometido nas Escrituras e, por isso, não celebram seu nascimento. As principais festividades judaicas seguem um calendário próprio, baseado no calendário hebraico, com datas como o Pessach, o Yom Kippur e o Hanucá.

 

Este último, muitas vezes celebrado no mês de dezembro, costuma gerar confusão, mas tem um significado completamente distinto do Natal, lembrando a resistência do povo judeu e a rededicação do Templo de Jerusalém. Em países de tradição cristã, no entanto, muitos judeus convivem com o Natal como um fenômeno cultural, participando de encontros sociais ou familiares sem atribuir caráter religioso à data.

 

Para os muçulmanos, Jesus (chamado de Isa) é reconhecido como um dos grandes profetas do islamismo, nascido de forma milagrosa, mas não como filho de Deus. O Alcorão rejeita a noção da divindade de Jesus e, por consequência, o Natal não é celebrado como uma data religiosa. Ainda assim, em sociedades multiculturais, muçulmanos costumam respeitar e, em alguns casos, participar das confraternizações natalinas, entendendo-as como momentos de convivência social, sem vínculo com práticas de fé islâmica.

 

No budismo, a relação com o Natal também se dá fora do âmbito religioso. Buda não é visto como um deus, mas como um mestre espiritual que alcançou a iluminação, e o budismo não possui festividades ligadas à figura de Jesus. A data, porém, é frequentemente associada a valores universais, como compaixão, generosidade e solidariedade, princípios que dialogam com os ensinamentos budistas. Assim, muitos budistas encaram o Natal como um período favorável à reflexão e ao fortalecimento dos laços humanos.

 

Especialistas apontam que, fora do cristianismo, o Natal é compreendido sobretudo como um evento cultural, marcado por símbolos de união, troca de presentes e confraternização. Em sociedades cada vez mais diversas, a data se transforma em uma oportunidade de respeito mútuo e diálogo inter-religioso, mostrando que, mesmo com crenças distintas, diferentes tradições podem conviver em torno de valores comuns como paz, empatia e solidariedade.

 

Mesmo entre os cristãos que costumam fazer festa, nem todos celebram o Natal nesta data. A existência de dois calendários, o gregoriano e o juliano, faz com que parte dos seguidores do cristianismo comemorem o Natal depois do Ano Novo.  As Igrejas Ortodoxas do leste europeu e do Oriente Médio celebram o nascimento de Jesus no dia 7 de janeiro, data do calendário juliano que corresponde ao dia 25 de dezembro no calendário gregoriano.

 


Comentários

Compartilhe esta notícia

Faça login para participar dos comentários

Fazer Login