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Estado anuncia aplicação da quarta dose da vacina de Covid-19 aos idosos acima de 80 anos

O Governador João Doria anunciou ontem a aplicação da quarta dose da vacina de Covid-19 para os idosos acima de 80 anos de idade. A imunização é uma recomendação do Comitê Científico da Covid no Estado e começa no próximo dia 21 de março em todo o Estado.

“A ampliação da campanha de vacinação é uma importante decisão tomada pelo Estado. Com a confiança e o amparo do Comitê Científico avançamos para a quarta dose. A recomendação é que todos os imunizantes disponíveis na rede poderão ser aplicados nesta nova etapa”, afirmou.

O índice de mortalidade entre os idosos desta faixa etária, durante a circulação da variante Ômicron foi superior aos óbitos ocorridos nos dois outros picos da pandemia em 2020 e 2021. Esse foi o fator dominante para que o Comitê tomasse a decisão.

Cerca de 900 mil idosos estarão aptos a receber a quarta dose, desde que tenham recebido a dose de reforço (3ª dose) com um intervalo de quatro meses.

MAIS PROTEÇÃO

Uma pesquisa encomendada pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Pandemia da Covid-19 (Secovid), em parceria com a Universidade de Oxford, aponta que a estratégia adotada para esta etapa da campanha amplia ainda mais a imunidade contra a Covid-19. O estudo foi publicado na The Lancet em janeiro deste ano. A revista mostrou que a combinação de vacinas diferentes é a estratégia mais eficaz para a dose de reforço, especialmente nos indivíduos que tomaram a Coronavac.

A pesquisa mostrou que 28 dias após a dose de reforço, a vacina de RNA mensageiro, imunizante da Pfizer, aumenta a produção de anticorpos que são capazes de bloquear a entrada do vírus nas células. As vacinas da Astrazeneca e da Janssen também tiveram resultados positivos ao serem aplicadas como reforço.

Outro estudo mostrou que os indivíduos que receberam a dose única da Janssen e tomaram o mesmo imunizante como dose de reforço tiveram aumento de até 94% de proteção contra a Covid-19, quando aplicado com no mínimo dois meses de intervalo. Com apenas uma dose, esse índice é de 75%. Esses resultados embasaram o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês), que também recomendou o reforço.

CASOS E ÓBITOS

Com o avanço na vacinação, o Brasil assiste a um cenário mais brando com queda de 51,99% na média móvel de casos e 43,38% na média móvel de óbitos, em comparação com os últimos 14 dias. Atualmente, 91,12% da população acima de 12 anos tomou a primeira dose da vacina, 84,46% desse mesmo público completou o esquema vacinal e apenas 36,48% do público maior de 18 anos tomou a dose de reforço - público-alvo desta etapa da campanha, o que corresponde a 60,5 milhões de brasileiros.

SOCIEDADE DE INFECTOLOGIA

Em fevereiro, a Sociedade Paulista de Infectologia (SPI) se posicionou sobre a 4ª dose dizendo que ela tem se mostrado importante em situações muito pontuais, de pacientes imunodeprimidos e idosos, aumentando a quantidade de anticorpos. No entanto, aponta um questionamento quanto a ampliação para toda a população: “nós não sabemos se há uma grande vantagem em ampliar essa quarta dose de uma maneira generalizada”, cita Evaldo Stanislau Affonso de Araújo, membro da SPI e infectologista do HC-FMUSP.

“É provável que nos próximos anos tenhamos as vacinas atuais atualizadas para novas variantes do vírus e novas formulações vacinais, inclusive com o uso intranasal, que vai trazer o benefício de evitar que os vacinados transmitam o vírus ao se tornarem carregadores deste vírus”.

Ele ressalta que as novas vacinas estão sendo desenvolvidas, também com o intuito de serem panvariantes (pan-genotípicas), no sentido de ser uma vacina refratária às mutações que o vírus sofre, ou seja, quando ela é desenvolvida a partir de um alvo que é mais estável e menos suscetível a mutações destas variantes. “Então, pensar em quarta dose como uma política pública generalizada neste momento, é um pouco precipitado diante da perspectiva desses avanços”.

O médico avalia também que a quarta dose ainda é mais restrita a esses grupos de maior vulnerabilidade imediata e, eventualmente, aos profissionais de saúde mais expostos. “Por outro lado, a gente pensa que se houver disponibilidade de vacina pode ser feito, esse é um outro aspecto que precisa ser considerado. O mundo todo vive uma crise de suplemento de vacina, então não faz muito sentido ficar reforçando em determinados países, quando você tem países e continentes, como o caso do Africano, que tem ainda uma subvacinação muito importante”, finaliza.

Limeira já aplicou mais de 607 mil doses de vacina

Segundo dados atualizados do Vacinômetro – ferramenta do Governo do Estado de São Paulo, Limeira já atingiu 87% do esquema vacinal contra a Covid-19. No total, mais de 607 mil doses já foram aplicadas.

Na atualização de casos de ontem, conforme o Boletim Epidemiológico da Prefeitura, mais uma morte por Covid-19 foi confirmada em Limeira. Trata-se de um homem, 76 anos, que não tinha informação de comorbidades. Além disso, há um novo óbito suspeito de um homem, de 63 anos.

De acordo com a pasta, mais 57 casos de Covid-19 foram confirmados desde a última atualização, divulgada na segunda-feira (14). Ao todo, são 56.867 pessoas diagnosticadas com a doença em Limeira – 55.583 estão recuperadas, 14 limeirenses estão internados e 1.391 são profissionais da saúde.

Internados em Limeira com coronavírus são 16 – sendo 14 de Limeira e dois de outras cidades. Dos internados, sete estão em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e nove em leitos clínicos.

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