A volta do convênio com o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) em Limeira foi um dos assuntos de uma reunião entre o deputado estadual Murilo Félix (Podemos) e o provedor da Santa Casa de Limeira, José Roberto Piccinin. No encontro, que aconteceu na última terça-feira, também foram discutidos outros projetos que envolvem o hospital.
"A conversa foi produtiva, o Didi me deixou a par das pendências e demonstrou muito interesse na retomada dos atendimentos", explica. O principal entrave, o atraso no pagamento de R$ 600 mil que deveria ser feito pelo Iamspe, foi pauta de outra conversa durante a tarde, desta vez com o superintendente do órgão, o médico Wilson Modesto Pollara. "Conversamos por telefone a respeito do atendimento na Santa Casa e na próxima quarta-feira nos reuniremos para avançar nesta demanda", completa.
Murilo lembra que é procurado com frequência por servidores estaduais que pagam pelos serviços oferecidos pelo instituto, mas relatam problemas de atendimentos em Limeira, além da necessidade de deslocamentos para outras cidades por várias vezes pois, além de consultas, é necessária a realização de diversos exames médicos.
Em Limeira, cerca de 4 mil pacientes são conveniados ao Iamspe. "Essas pessoas merecem uma reposta rápida porque a saúde é prioridade e todos os envolvidos neste assunto demonstraram esse entendimento", finaliza.

TRANSTORNOS
Rita Oliveira de Souza, de 64 anos, é aposentada e relata que sente muita fata do atendimento do Iamspe aqui em Limeira. Na semana passada, por exemplo, ela pagou R$ 250 em uma consulta com cardiologista para a mãe. “Meus pais e meu marido são agregados no meu convênio e há dois anos não temos atendimento aqui. Por diversas vezes precisei de exames e especialistas e tive que gastar muito dinheiro. Meu marido passou por um tratamento médico que também custou caro.  Se o Iamspe voltar a atender na cidade ficaremos muito gratos, principalmente agora, devido a nossa idade”, diz.

A falta de atendimento deste convênio na cidade também afetou bastante a vida da limeirense Roberta Person que é oficial estadual de trânsito. “Antes, quando as consultas e exames eram aqui em Limeira, era bem mais fácil. Mas no momento estou precisando de uma cirurgia de vesícula e para mim é uma luta ter que ir constantemente a São Paulo para o tratamento. É tudo muito demorado. Tive que abrir uma reclamação na ouvidoria para ser atendida por um cirurgião. Estamos pedindo socorro é uma vergonha tudo isso. Sinto que estamos perdendo nossa dignidade”, desabafa.

Norberto Armindo, servidor público aposentado, também se sentiu prejudicado com esta situação. Para ele é um transtorno ter que se deslocar para outra cidade para consultas, exames e tratamentos. “O valor vem descontado do pagamento, mas o serviço não tem na cidade”, lamenta.