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Santa Casa diz que tabela do SUS está sem reajuste desde 2006

A Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Limeira disponibiliza atendimentos essenciais para mais de 300 mil habitantes de Limeira, sendo referência em alta complexidade para mais 26 municípios da região. Destes atendimentos, 85% provêm do SUS, que por sua vez mantém uma tabela desatualizada há anos. Em coletiva de imprensa realizada ontem, Marcos Bozza, provedor da Santa Casa de Limeira, explicou que todas as Santas Casas precisam de readequação da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS). São 1.824 hospitais, em 824 municípios, que juntos requerem alocação imediata de R$17 bilhões anuais para equilíbrio econômico e financeiro no relacionamento com o SUS. “Estamos desde 2006 sem reajuste. Não é o caso de Limeira, mas muitas das Santas Casas menores, cuja fonte de renda vem apenas do SUS, realmente correm um alto risco de fechar”, afirma.

“Um dos impactos é o reflexo da pandemia, em que os custos foram muito altos. O outro é o aumento do número de atendimentos nesse período pós-pandemia, já que, durante dois anos, as pessoas postergaram a busca por assistência médica. Então, nesse momento a situação se agrava e as unidades de saúde estão realmente lotadas”.

A superintendente, Veridiana Gonzaga, reforça que tudo isso traz mais acréscimo aos custos dos tratamentos. “Em toda a rede pública é difícil recuperar dois anos em um curto período. Estima-se que isso não deve acontecer nem a médio prazo. Então, as campanhas são necessárias para que tentemos recuperar um pouco dessa demanda reprimida que tivemos nesse período”, acrescenta. Eles lembram ainda que os recursos disponíveis hoje são os mesmos, então, a tendência é que a situação se agrave, caso não haja um auxílio.

“Também é importante levar em consideração que neste ano o valor dos insumos, medicações e materiais hospitalares, gás e combustíveis tiveram acréscimos expressivos, mas nenhum repasse feito para os hospitais”, destacam. Segundo a assessoria, a Santa Casa de Limeira realiza por mês mais de 11 mil atendimentos de urgência e mais de 600 cirurgias gerais, que após a pandemia aumentaram consideravelmente.

A superintendente, Veridiana Gonzaga, ressalta que as verbas trazidas pelos deputados da cidade e da região têm sido de grande ajuda, mas não supre todos as despesas. Nos últimos seis anos, o hospital recebeu cerca de R$ 18 milhões em emendas parlamentares. “A maioria das emendas são voltadas à modernização e equipamentos tecnológicos. E isso é de extrema importância para a entidade e faz muita diferença”, diz. Contudo, o objetivo do movimento que busca outros recursos é restabelecer o equilíbrio financeiro como um todo.

CAMPANHA

A Santa Casa é um hospital filantrópico e privado, constituído em 1895 com a missão de promover saúde à população. Os recursos financeiros para o funcionamento do hospital vêm de doações, emendas parlamentares e repasse do SUS, esse representa cerca de 55%. A entidade busca recursos e apoios financeiros realizando campanhas junto à população, empresários e órgãos governamentais, mas não deixa de ofertar serviços com qualidade.

A Santa Casa de Limeira é um dos 1.824 hospitais representados pela CMB (Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos), que hoje se manifestam em prol dos reajustes. Na semana de 25 a 28 de abril serão realizadas ações em Brasília, com integrantes de Federações e Hospitais Filantrópicos que também darão continuidade em reuniões com parlamentares, Presidente da República, Presidências da Câmara e do Senado, além dos Ministérios, sobre a necessária fonte de recursos que possam dar condições para estas instituições suportarem seu impacto financeiro.

 

 

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