Professores de Limeira denunciam condições precárias

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Grupo de profissionais da Rede Municipal de Limeira procuraram a Gazeta e denunciam falta de estrutura em escolas


Professores da Rede Municipal de Ensino de Limeira estão levantando a voz para denunciar as condições precárias em que estão trabalhando. Diante da falta de estrutura nas escolas, eles se uniram em um movimento de protesto para exigir melhorias em diversos aspectos, desde salários até condições físicas dos prédios escolares.

Uma das professoras, que preferiu não se identificar, destacou que a situação se tornou insustentável e que a categoria não é valorizada. " "Até o momento, a cada dia, chega mais uma dezena de nós. Começamos este movimento esta semana, após a greve na qual não fomos privilegiados com nada. Decidimos lutar de outra forma, unindo nossas forças para buscar melhorias em nossos salários, condições de trabalho e demais aspectos", desabafou.

O grupo de professores decidiu adotar como símbolo de protesto o uso de roupas pretas todas as segundas-feiras, em sinal de desvalorização e abandono que sentem por parte da Secretaria de Educação. Segundo eles, enquanto outros setores obtiveram melhorias salariais, os professores ficaram para trás."Estamos completamente desmotivados e nos sentindo desvalorizados. Não somos ouvidos, somos deixados para trás.Durante a gestão do prefeito MarioBotion, perdemos 26% de nosso salário, ao invés de sermos valorizados", clamou uma das professoras.

Além das questões salariais, os docentes apontam uma série de problemas estruturais nas escolas. Falta de salas de aula adequadas, falta de materiais básicos como toners e livros didáticos, ausência de espaços cobertos para atividades físicas, e até mesmo problemas de saúde causados pela falta de ventilação e condições insalubres foram mencionados pelos professores.

O grupo de professores procurou a Gazeta nesta semana e relatou diversos problemas. Eles preferiram não se identificar, ou mesmo identificar as escolas, para não sofrerem represálias.

“Em uma das escolas em que trabalho as aulas são ministradas no meio do pátio onde somente uma pequena parte é coberta e o calor é extremo. Já foi solicitado ventiladores, mas houve recusa da direção com o argumento de que a escola é frequentemente invadida e podem roubá-los. Sem contar a falta de apoio com os alunos especiais de monitores e a falta de materiais de qualidade”, disse.

"Na minha escola, não há toner e xerox disponíveis. O controle é rigoroso, permitindo apenas algumas cópias”, disse uma das professoras. “Algumas escolas recebem mais toner. Não por causa do número de alunos, mas devido à clientela mais elitizada”, disse uma professora.

“Na minha escola, a falta de estrutura é evidente. Não há quadra coberta, nem sala de material para professores de educação física. Além disso, faltam materiais básicos e capacitação prática para lidar com alunos especiais. Durante as aulas de educação física, precisamos de monitores para acompanhar as crianças especiais que não têm professores acompanhantes”, desabafou outra professora.

“A situação é crítica. Não há quadra coberta, falta de livros e a necessidade urgente de reforma. Na semana passada, havia goteiras em minha sala, sem mencionar a falta de merendeiras e monitores”, disse.

"A carência de materiais é alarmante. Faltam 60% dos livros para os alunos, não há parquinho para as crianças e o giz disponível é de baixa qualidade, o que prejudica a escrita na lousa. Os professores enfrentam problemas de saúde devido à inalação desse pó, e alguns até perderam a digital”, disse. "Para trabalhar, preciso levar meu ventilador, pois o ambiente é extremamente quente. Não há ventiladores disponíveis, nem livros para os alunos. E, durante fortes chuvas, algumas áreas da escola chegam a inundar."

A diretora do Sindsel, Nicinha Lopes, destacou quejá consta na pauta de reivindicações dos servidores a recuperação de perdas do magistério, bem como a valorização.“Além da recuperação das perdas salariais que afetam diretamente o magistério, é essencial garantir condições de trabalho dignas. As más condições têm desmotivado muitos profissionais, levando-os a se afastarem da carreira do magistério. Precisamos investir não apenas em salários justos, mas também que a Prefeitura invista em infraestrutura adequada nas escolas, materiais didáticos de qualidade e programas de capacitação contínua. Este ano, apesar do reajuste o piso do magistério ser de 3,62% o movimento conseguiu que a categoria também fosse beneficiada com o reajuste de 6,50%”, destacou.

A Gazeta entrou em contato com a Prefeitura Municipal em busca de esclarecimentos sobre as demandas educacionais relatadas pelos professores da rede municipal de ensino. No entanto, até o momento, não houve retorno por parte das autoridades municipais. Também foi solicitada uma entrevista com o secretário de Educação, dando o mesmo espaço da denúncia, para que o mesmo possa se manifestar. A reportagem aguarda o posicionamento da Prefeitura, através de sua assessoria de imprensa.



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