O gerente Bruno Luz e o diretor Mauro Neves mostraram progressão do consumo no município
O compromisso da BRK Ambiental com a Prefeitura de Limeira de se pronunciar sobre as diversas reclamações das altas injustificadas nas contas de água e esgoto se cumpriu ontem num encontro com a imprensa, no qual o diretor da concessionária, Mauro Neves, e o gerente, Bruno Luz, responderam aos questionamentos.
A resposta inicial às reclamações foi apresentada com gráficos mostrando o consumo do município, a partir da produção de água (o quanto é captado das fontes Pinhal e Jaguari, tratado e distribuído). Conforme a concessionária, o consumo em 2018 voltou ao patamar de 2013, antes da crise hídrica, de 24 milhões de m³. Se considerado o período entre dezembro e janeiro, mais quente e com consumo mais elevado, a temporada 2018/2019 está próxima do registrado em 2013/2014, com quase 4,4 milhões m³. Entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018, a produção foi de 4 milhões de m³.
Na apresentação, no entanto, não foi relacionado o crescimento do município. Também não foi informado, de imediato, o número de ligações de água nos respectivos anos, e qual a proporção residencial, em núcleo no qual se concentram as reclamações de alta nas contas. Indústrias, comércios e outros órgãos, como escolas, têm consumo e cobrança diferenciados. A concessionária informou que a produção de água em função do crescimento da população foi de 217 litros por habitante ao dia em 2014, com média semelhante em 2017. Em 2018, 221 litros por habitante ao dia. Porém, não especificou a população considerada, e se o volume contempla todas as categorias de consumo além das residenciais.
Pelas projeções do IBGE, atualizadas anualmente, Limeira tinha uma população estimada em 294.128 pessoas em 2014. A projeção atual é de , ou seja, quase 10 mil habitantes a mais no período analisado pela concessionária. O crescimento se confirma se considerada a progressão das unidades habitacionais. Em 2015, a Prefeitura de Limeira emitiu 114.731 carnês do IPTU, o que aumentou para 125.174 em 2019. No período, são mais de 10 mil unidades, que presumivelmente demandaram novas ligações à rede de distribuição de água.
Ações da própria concessionária corroboram o crescimento, como a implantação da adutora Rubi, concluída em março de 2018. Foram quase quatro quilômetros de rede da rotatória do Jardim Aeroporto até o bairro Palmeira Real, no principal eixo de crescimento habitacional do município, na região sul. Além do próprio Residencial Rubi, habitado no final de 2017, outros quatro empreendimentos foram entregues no ano passado, naquele entorno.
HIDRÔMETRO
Diante das reclamações de alta nas contas após a troca do hidrômetro, o diretor informou que o aparelho tem que ser trocado a cada cinco anos, por força das regulamentações. Apesar de ser aferido pelo Inmetro, calibrados e inspecionados, neste prazo o relógio pode apresentar problemas na leitura. Conforme Neves, é normal uma alta após a troca, mas uma conta com consumo e valor dobrado não é normal.
De acordo com ele, não são feitos avisos prévios sobre as trocas, mas todas devem ser informadas ao morador, no momento em que são feitas. Se estiver em casa, é orientado e recebe um papel com os dados do hidrômetro retirado e do instalado. Se o relógio já está na parte externa e o morador não é localizado, a troca é feita, e as informações devem ser deixadas na caixa do correio. A troca só não é feita quando o leitor é interno e o morador não é encontrado. Também explicou que o morador pode solicitar aferição do relógio. Porém, se não forem detectados problemas, o cliente deve arcar com uma taxa de cerca de R$ 60, do serviço.
Reforçou que, além do consumo, os hidrômetros permitem aferição do nível de perda de água, ou seja, o volume tratado e que não chegou ao consumidor. É uma situação que pode ser diagnosticada por bairro ou região.
Ele orienta que os usuários acompanhem o histórico de consumo, com comparações não só dos meses anteriores, mas da mesma época no ano anterior, devido à sazonalidade, como períodos de calor e de festas. O histórico pode ser acessado pelo site da concessionária.
PLANTÃO NESTE SÁBADO
Em relação às reclamações sobre valores de contas, o diretor informou que foram 562 atendimentos em janeiro de 2018 e 447 no mês atual. Questionado sobre eventuais mudanças no atendimento, informou que neste sábado será realizado um plantão na loja de Limeira, para que os clientes possam tirar dúvidas.
Casos publicados pela
Gazeta são comentados
O diretor da BRK Ambiental, Mauro Neves, comentou os dois casos publicados na últimam semana pela Gazeta, nos quais consumidores buscaram a Justiça após receber contas de R$ 30 mil e R$ 25 mil.
Do primeiro caso, informou que a conta está cancelada e o caso foi resolvido na última semana. Tratava-se de um vazamento interno, do qual o cliente levou fotos para comprovar. Neste caso, a cobrança é feita com base na média dos últimos seis meses, multiplicada por dois. O diretor esclareceu que o procedimento é comum a qualquer consumidor. Desde que comprove vazamentos com fotos ou notas da manutenção providenciada, contas muito destoantes podem ser canceladas.
No outro caso, ainda em aberto, informou que se trata de um consumidor do qual os leituristas não conseguiam acesso ao relógio. Desta forma, foram emitidas cobranças com base na média. Quando a leitura foi possível, foi constatado que o consumo havia sido muito maior do que a média faturada.
Neves informou que será buscado algum tipo de mecanismo no sistema para contas nessas situações, de valores exorbitantes, de forma que possam ser checadas antes da emissão. No entanto, declarou que o sistema já emite um aviso quando o consumo passa de 100% da média dos últimos meses. Também lembrou que as contas podem ser parceladas, além da opção da tarifa social, às famílias que atenderem a determinados critérios. O benefício deve ser pleiteado no Ceprosom. (Daíza de Carvalho)