conselho Comunitário de segurança (Conseg) Central se reuniu na Boa Vista na manhã de ontem
Moradores e comerciantes pedem que base da GCM seja reativada
Furtos, roubos, agressões, pedintes, usuários de entorpecentes e andarilhos. As queixas são várias, mas todas se concentram num mesmo bairro: Boa Vista, sobretudo na região onde há maior acúmulo de estabelecimentos comerciais.
Moradores e comerciantes estiveram na manhã de ontem na reunião do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) Central, que ocorreu no bairro, e fizeram duas reivindicações: que a base da Guarda Civil Municipal seja reativada perto da Praça das Nações Unidas e que imóveis desocupados sejam fechados.
Um abaixo-assinado com cerca de 400 assinaturas já foi encaminhado à Prefeitura, pelo líder comunitário José Braz, e moradores e comerciantes pedem que a Secretaria Municipal de Segurança Pública reative a base da Ronda Ostensiva Municipal (Romu), que ficava na Rua Hermínia Aliberti, bem ao lado da praça. “A base saiu e os assaltos começaram. São comerciantes e moradores que estão preocupados com a situação. A praça está perigosa. No final de semana, uma loja de utilidades foi assaltada. Recentemente, um idoso foi agredido. Frequentemente, há furtos de fiação de imóveis desocupados. Precisamos da base de volta nesse trecho ou de pelo menos uma base móvel”, explicou a moradora. O idoso que foi agredido por um ladrão estava na reunião. Seu rosto estava cheio de hematomas.
Outro morador disse que tem que “pagar pedágio” para aliviar a situação. “Tem que dar R$ 2, ou um cigarro toda vez que entra ou sai de casa. Recentemente, até um canivete tive que pegar para garantir minha segurança. Sabemos que, nos casos dos furtos de fiação, são dois casais que atuam no bairro. É necessário que haja investigação para identificar quem compra esse tipo de material e, consequentemente, os furtos acabem”, descreveu.
Uma comerciante descreveu que a presença de “nóias” no bairro está muito grande. “Eles saem da Rua Capitão Bernardes e vêm para a Boa Vista. Circulam principalmente no miolo comercial”, descreveram.
Outro problema mencionado pelos populares, e mostrado recentemente pela Gazeta, é o estado de abandono do prédio onde ficava a empresa Carrinhos Rossi, que serve de refúgio para desabrigados, ladrões e usuários de entorpecentes. “Eles pegam carrinhos de supermercado, enchem de objetos e levam para lá. A situação está arriscada e o local precisa ser fechado”, finalizaram.
AUTORIDADES
Secretário Municipal de Segurança Pública, Francisco Alves explicou que o imóvel que servia de base para a Romu está impedido de ser usado, pois sua estrutura está comprometida. “Fizemos um pré-projeto e ele está em fase de dotação orçamentária. O custo para a construção do prédio novo ficará em torno R$ 800 mil. Identificamos que há cerca de 900 cadastros de pessoas jurídicas nessa região da Boa Vista e, entre as sugestões, está uma parceria público-privada”, citou.
Sobre as investigações dos receptadores, o delegado seccional Antonio Luís Tuckumantel informou que é importante que os boletins de ocorrência sejam registrados. “Com os registros, a Polícia Civil poderá identificar o tipo de material que é furtado, onde ocorreu e direcionar uma investigação para aquele determinado ponto. Por isso, é de suma importância que os casos cheguem ao conhecimento nas delegacias. Vamos programar uma operação para identificar esses comércios que recebem objetos de materiais furtados”, disse.
Capitão da 5ª Cia. da Polícia Militar, Costa Pereira descreveu uma ação que ocorreu recentemente no Jardim Nova Suíça. “Em parceria com empresários e moradores, o dono de um ferro-velho que recebia materiais furtados foi identificado. O estabelecimento foi fechado, pois ficava aberto durante a noite apenas para receber objetos dos usuários de entorpecentes. Botijão de gás, por exemplo, chegou a ser vendido no local por R$ 3. Em Limeira foi aprovada lei que aumenta o rigor sobre a venda de objetos sem origem em ferros-velhos. No entanto, a lei ainda não foi regulamentada. A partir da regulamentação, haverá o setor responsável pela fiscalização e, durante as visitas aos estabelecimentos, o comerciante terá que comprovar a origem dos materiais”, completou.
PRÉDIO ABANDONADO
Sobre o imóvel que era da Carrinhos Rossi, Francisco Alves mencionou que a Defesa Civil esteve no local e identificou uma situação grave. “Recentemente, cães foram colocados no local, mas os animais foram retirados porque ficariam sem os cuidados necessários. Agentes da Defesa Civil estiveram nesta semana no prédio e encontraram produtos inflamáveis, situação de grande risco. Comunicamos o setor da Prefeitura, que fará a notificação aos responsáveis pela massa falida”, concluiu.
Além das autoridades policiais, integraram a mesa Cláudio Zalaf (presidente do Conseg Central); os vereadores Hélder do Taxi, Lu Bogo, Clayton Silva e Erika Tank; Oscar Francisco (secretário do Conseg Central); André Francesco (secretário da Educação) e o vice-prefeito Júlio César Pereira dos Santos.