Contratação de domésticas teve crescimento de 36% em 2021

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Em meio à crise de uma pandemia histórica, de janeiro a setembro deste ano, o mercado registrou um aumento de 36% nas contratações de empregadas domésticas. Ao todo, foram 23 mil vagas só nesses nove meses de 2021, contra 16,9 mil em igual período de 2020. Os dados são de uma pesquisa realizada pela startup Famyle, uma plataforma de intermediação para a contratação de profissionais desse setor. Segundo o levantamento, janeiro foi o mês que mais contratou profissionais neste ano, com mais de 3 mil conexões entre domésticas e famílias interessadas via aplicativo.

O crescimento da procura no trabalho doméstico mostra sinais de recuperação em uma área que também seguia uma tendência de crise logo no início da pandemia. O volume de pessoas empregadas caiu de 6,4 milhões no fim de 2019 para 4,9 milhões em 2020. Esse resultado apontou uma perda de 1,5 milhão de vagas de um ano para outro, de acordo com Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
"O mercado voltou a aquecer porque as famílias passaram a trabalhar normalmente com a retomada da economia. Além disso, as pessoas passaram a ficar mais tempo em casa por conta do home office na pandemia, o que as obriga a ter suas rotinas dentro das residências. Além disso, as crianças deixaram de frequentar as escolas e foram obrigadas a se adequar ao ensino à distância. Essa nova realidade gerou necessidade de se ter profissionais domésticas para ajudar no dia a dia das residências", explica Guilherme Silva, CEO da empresa.


CONTRATAÇÕES
Segundo ele, janeiro foi o mês que mais registrou buscas de famílias por contratações em 2021. "O volume maior de famílias buscando por profissionais aconteceu em janeiro devido à queda nas contratações no período de Natal e Ano Novo passado. Fora isso, o mês de janeiro é atípico para as famílias, com mudanças, viagens e profissionais trocando de emprego ou cidades, o que movimenta este mercado" avalia. Em seguida, julho, com mais de 2.9 mil, aparece em segundo lugar no ranking dos meses de 2021 com um número próximo ao de janeiro. Já abril, por ser o mês com maior alta de casos e óbitos por coronavírus, teve cerca de 2.4 mil buscas, o menor índice do ano.

Para os próximos meses, ele prevê um aquecimento, justamente com a retomada ainda maior da economia, que se desenha com a volta da normalidade das atividades pós-pandemia. "Isso influencia no mercado de trabalho doméstico. Apesar da instabilidade da taxa de juros e inflação, a normalização comportamental e abertura de estabelecimentos vão impulsionar o consumo, gerando uma tendência de geração de vagas no setor inédita para 2022", completa.
Josiane Castro, de 44 anos, é diarista e está com sua agenda semanal lotada desde agosto deste ano. “No ano passado, não consegui preencher todos os meus dias com faxina, precisei buscar outras alternativas para completar o orçamento. Mas neste ano, tive até que dispensar clientes por não ter disponibilidade”, explica.

A comerciante Roseane conta que precisou de profissional de limpeza no período da pandemia porque, sem funcionária em sua loja, dedicava mais tempo às vendas online. “Com a loja física fechada e a receita caindo, precisei demitir a vendedora que me ajudava e passei a cuidar sozinha dos pedidos, das entregas e das postagens. Com isso, minha casa ficava de “pernas para ar” e fui obrigada a contratar uma doméstica. Não é fácil encontrar alguém de confiança e com referência, mas recorri à uma dessas empresas que conecta quem precisa do profissional ao quem está procurando trabalho”, relata.

 

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