Professora é homenageada como membro da família

Andressa, com as flores, foi homenageada na Semana da Família, devido ao trabalho com João

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Em escola municipal, atitudes surpreenderam pais que decidiram homenagear educadora

Família vai além dos laços de sangue. É o olhar amoroso, os braços que aproximam e as ideias que incluem. Para os pais do estudante João Guilherme Boin, de 5 anos, a professora Andressa Chentchuk Sequinatto exerce um papel tão significativo na vida do menino que eles decidiram homenageá-la durante a Semana da Família, realizada na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes.

Ele é estudante escola municipal Maria Ap. Machado Julianelli. Naiana Gomes Ferreira Boin, mãe de João, se emociona ao contar sobre o trabalho de Andressa. O garoto tem paraplegia e é cadeirante. Na escola, ele encontrou na professora de educação física, há dois anos, alguém disposto a incluí-lo em todas as atividades.
Ela lembra que, antes dela, na aula de educação física, as outras crianças não brincavam com o João. "Hoje, eles brincam de pega-pega, de queimada, ela cria circuitos que ele possa fazer. Ela o coloca em danças e o estimula de forma física e mental. Todas as crianças se sentem especiais com ela".

Diante dos muitos exemplos da professora, Naiene e o esposo, Paulo Marcelo Boin, decidiram, então, levar Andressa à igreja. Ao final da missa, ela foi chamada à frente para que os pais pudessem agradecê-la. A coordenadora pedagógica Vera Lucia Alexandre também compareceu para representar a comunidade escolar durante a homenagem.

"Sempre, nesta semana, homenageamos alguém que represente o evangelho, que seja um exemplo de família e leve o amor de Jesus. Para mim, a Andressa é essa pessoa e queríamos mostrar esse laço. O amor de Jesus não está só na minha casa, na igreja, mas com pessoas que fazem a diferença e que mostram que o amor de Cristo está presente nas atitudes delas", disse.

UMA SURPRESA

Quando Andressa foi chamada para ir à missa, não sabia que seria homenageada. "Perguntarem se eu era católica. Sou evangélica, mas aceitei o convite sim, considerei muito importante". Ela pensou que seria uma oportunidade de dividir um pouco do trabalho inclusivo que faz com as crianças.

Quando percebeu que se tratava de uma homenagem, se emocionou. "Falaram muitas coisas sobre meu trabalho que me emocionaram e chorei muito". Ela diz que faz aquilo que propôs a fazer quando decidiu dar aulas. "Quando me formei, não tinha noção do que era dar aula. Hoje, com mais experiência, tenho noção dessa importância. Mais do que ensinar o conteúdo, sinto que aprendo todos os dias com eles", cita. Andressa leciona há nove anos.

NO CAMARO AMARELO

Um exemplo da inclusão de João ocorreu durante a última festa junina da escola. A música que as crianças iriam dançar é Camaro Amarelo, da dupla Munhoz & Mariano. João não apenas participou, como entrou "dirigindo" seu camaro amarelo confeccionado pela equipe escolar.

A mãe conta que vê-lo participando da atividade foi sensacional. "Eles tinham o carro e o João tinha as rodas. Ele desfilava com a cadeira no camaro amarelo e foi lindo de ver. Ali, percebi, que realmente ela ama o que faz e ama deixar as pessoas felizes", comenta.

Andressa conta que a ideia foi construída por meio de conversas entre ela e outras professoras. "O mérito não é só meu. Sempre que tem as danças, me pergunto o que fazer com o João para que ele se sinta bem em todos os momentos na escola, seja nas festas, nas aulas. Tento deixar o ambiente o mais normal e agradável. Com outras professoras, surgiu a ideia dele vir no camaro amarelo e monitores da escola construíram o carro", conta.

O relacionamento, ela garante, é como com todas as crianças com direito à chamar atenção quando necessário, mas também muito carinho. "Ele é uma criança esperta e inteligente, a única limitação é física. O relacionamento é otimo como com qualquer outro aluno".

MÍNIMO

A diretora da unidade, Denize Godoy Oliveira, ficou encantada com a atitude dos pais. A mãe de João destaca que o reconhecimento é pequeno diante do trabalho realizado. "Os professores são tão cobrados pelos familiares, eles fazem o papel deles com amor mesmo nas dificuldades e falta o reconhecimento de nós, pais. Esse é o mínimo que podemos fazer", complementa.

TODA EQUIPE

A coordenadora destacou que toda a equipe é dedicada, acolhedora ao receber os alunos inclusos buscando sempre se atualizar e melhorar o trabalho por meio de parceria entre a Secretaria de Educação e entidades que atendem crianças com alguma deficiência, além da criatividade das professoras e monitores, para que os alunos dentro de suas limitações possam participar dos eventos da escola.

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