"Não houve urgência quando milhares perderam créditos"  

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USTL critica aprovação de até R$ 10 milhões, em Regime de Urgência, à empresa de transporte

 

A USTL (União Sindical dos Trabalhadores de Limeira) acompanhou com preocupação, a aprovação nesta segunda-feira (15), na Câmara Municipal de Limeira, de um crédito suplementar de até R$ 10 milhões à empresa responsável pelo transporte coletivo do município Sancetur (SOULimeira), a título de recuperar os prejuízos decorrentes da pandemia do Coronavírus.

A principal queixa é pela votação em Regime de Urgência, o que reduz o debate por parte dos vereadores e da sociedade. “A única voz que parece ter sido ouvida na decisão, além do Executivo municipal, foi a dos empresários”, apontou o presidente da entidade, Artur Bueno Júnior.

Ele se referia a ofício enviado aos vereadores por entidades patronais, que criticavam possível reajuste da tarifa de ônibus, proposto inicialmente pela empresa. “É parte da narrativa da Prefeitura, que estabeleceu como alternativa do reajuste, o crédito suplementar.  Não há ninguém, no entanto, favorável ao reajuste da tarifa, o que se pede é um debate mais intenso sobre as condições oferecidas à SOU Limeira”, argumentou Artur Bueno Júnior.

O dirigente sindical lembrou que tanto a prefeitura como os empresários não demonstraram a mesma urgência, quando a situação trabalhista dos empregados da Viação Limeirense ficou vulnerável diante da chegada da nova empresa. Ou quando milhares de trabalhadores receberam o anúncio de que perderiam seus créditos, a partir do momento em que a SOU Limeira assumisse o serviço. “Neste dois casos, alertamos tanto a Prefeitura como a Câmara Municipal”, continuou o sindicalista.

Para a USTL, com o socorro imediato e até retroativo, a SOU Limeira ganha status privilegiado durante a pandemia, a despeito de outras empresas e principalmente da classe trabalhadora limeirense. Trabalhadores que sofrem com demissões, cancelamento de contratos de trabalho ou a redução de salários, diante de acordos que estão sendo realizados com a participação dos sindicatos, para evitar um caos ainda maior.

 

REFÉM

 

Para a União Sindical, o açodamento da medida passa a impressão de que o município está “refém” da empresa, cujos prejuízos durante a pandemia podem ser equiparados ao de muitas outras. O contrato emergencial renovado em maio, quando a crise já demonstrava todo o seu impacto, revela ainda que a SOU Limeira já tinha segurança sobre sua permanência no município.

“De modo geral, seguimos reféns da empresa concessionária de transporte coletivo. O que nos leva a sermos ainda mais críticos, no tocante à falta de uma licitação para regularizar esta situação. Nem mesmo o Plano de Mobilidade Urbana, que custou aos cofres públicos R$ 1,2 milhão, foi apresentado”, apontou Artur Bueno Júnior, sobre o documento cuja previsão de conclusão era outubro de 2019.

A USTL lamenta a aprovação da medida pela Câmara de Limeira em Regime de Urgência, sem debate com maior amplitude, ressalvando os 8 vereadores que se opuseram ao auxílio para a SOU Limeira: Carolina Pontes (PSDB), Rafael Camargo (MDB), Marco Xavier (PSB), Constância Félix (PDT), Clayton Silva (PTC), Mayra Costa e Waguinho da Santa Luzia (CIDADANIA), e Marcelo Rossi (PSD).

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