Consumo de água em Limeira está acima da média da região sudeste

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Crise hídrica deve pressionar a inflação nos próximos meses; Em Limeira, no primeiro semestre, consumo médio de água por habitante/dia foi de 180 litros, 70 a mais do que o recomendado pela ONU.

 

Gisele Carvalho

 

Limeira volta a enfrentar um dos períodos mais longos de seca. Neste ano, de janeiro a julho, foram registrados apenas 579 milímetros de chuva na cidade, de acordo com dados do monitoramento pluviométrico do rio Jaguari, responsável pela captação da água que abastece a cidade, e da Estação de Tratamento de Água (ETA) do município. O volume acumulado de chuvas em 2021 está 25% inferior à média do período. Já são seis meses consecutivos abaixo das médias climatológicas históricas. E, em meio à seca, o consumo de água segue elevado na cidade.

No primeiro semestre do ano, a população de Limeira consumiu 10,046 bilhões de litros de água; 179 milhões de litros a mais que o consumo do mesmo período no ano passado, quando, de janeiro a junho, foram consumidos 9,866 bilhões de litros de água.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), cada pessoa necessita de cerca de 110 litros de água por dia para atender às necessidades de consumo e higiene. Em Limeira, o consumo médio por habitante/dia no primeiro semestre deste ano foi de 180 litros, o que significa que cada pessoa tem consumido, pelo menos, 70 litros de água a mais por dia que o recomendado pela ONU.

No comparativo com os dados do último diagnóstico do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), Limeira também apresenta um consumo per capita acima da média da região Sudeste, que é de 174,4 litros de água por habitante/dia.

“Vivenciamos um novo ano atipicamente seco. O cenário é bastante semelhante a 2014, com pouco volume de chuvas e impacto nos níveis dos mananciais de captação, e o que temos observado é um certo ‘relaxamento’ quanto ao consumo de água. Reforçamos que o momento é crítico, a estiagem é severa e precisamos todos fazer o bom uso da água. É uma medida necessária e de interesse de todos, concessionária e população”, afirma Rogério Lima, gerente de operações da BRK Ambiental em Limeira.

 

IMPACTOS NA INFLAÇÃO

 

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse ontem que, com impactos no preço da energia elétrica, a crise hídrica pressionará a inflação nos próximos meses.  “A crise hídrica agravou-se muito com a falta de chuva e deve continuar sendo um elemento de pressão nos próximos meses”.

 

MEDIDAS DO GOVERNO

 

Com o objetivo de atender ao Sistema Interligado Nacional (SIN), em meio à crise hídrica que afeta os reservatórios das usinas hidrelétricas, o Governo Federal definiu regras para a redução voluntária de energia elétrica. O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou, nesta semana, a portaria que estabelece as diretrizes para que o setor industrial apresente ofertas de Redução Voluntária de Demanda de Energia Elétrica (RVD). O programa, de caráter "excepcional e temporário", terá duração até 30 de abril de 2022

O programa é voltado apenas a grandes consumidores e prevê o pagamento de compensação financeira a empresas que se disponham a reduzir o consumo por períodos de quatro e sete horas por dia. De acordo com a portaria, a oferta mínima consiste em múltiplos produtos, em lotes mínimos de 5 megawatts (MW) para cada hora de duração da oferta, com preço estabelecido em R$/MWh, dia da semana e identificação do submercado da oferta.

Podem participar da RVD os chamados consumidores livres, agentes agregadores, consumidores modelados sob agentes varejistas e consumidores parcialmente livres. Entre as exigências, os agentes ofertantes devem estar adimplentes com as obrigações junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

"As diretrizes permitem que o setor industrial participe e dê importante contribuição para a garantia da segurança do fornecimento de energia elétrica, nesse momento em que a escassez hídrica impõe grandes desafios para o atendimento da demanda de energia elétrica no país", divulgou Ministério de Minas e Energia, em nota.

 

Foto: Água – Arquivo Gazeta

 

BRK reforça que o momento é crítico, a estiagem é severa e todos devem fazer o bom uso da água.

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