Vamos falar sobre lúpus?

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Em geral, muitas pessoas conhecem o lúpus, mas poucas pessoas sabem, de fato, informações sobre a doença. O lúpus pode afetar qualquer pessoa, mas apresenta uma incidência mais significativa entre as mulheres, especialmente aquelas com idade entre 20 e 45 anos. Estima-se que aproximadamente 65 mil indivíduos no Brasil vivam com lúpus.

 

A Sociedade Paulista de Reumatologia, por meio da Dra. Emily Figueiredo Neves Yuki, médica reumatologista, membro da Comissão de Lúpus da SBR e assistente do Ambulatório de Lúpus Eritematoso Sistêmico do HCFMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), traz as principais informações sobre a doença.

 

Confira:

 

O que é o lúpus?

Lúpus é uma doença autoimune, isto é, o seu corpo produz anticorpos que atacam a si próprio e cuja causa não é bem esclarecida.  Existem dois tipos de lúpus, o lúpus cutâneo, com manifestações apenas na pele, e o lúpus eritematoso sistêmico que pode acometer a pele e os órgãos internos.

 

O que pode desencadear esta doença?

Fatores genéticos podem predispor ao desenvolvimento da doença, por isso é relevante saber se há histórico de doenças autoimunes na família do paciente. Infecções, especialmente virais, também podem desencadear a doença numa pessoa geneticamente suscetível.

 

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do lúpus é feito a partir dos sintomas clínicos que o paciente apresenta e em achados laboratoriais que confirmem as alterações, associado à presença de autoanticorpos, tais como FAN, anti-DNA e dosagem baixa de complemento. Exames de sangue simples como hemograma e exame de urina podem ajudar, mas às vezes pode ser necessária uma investigação mais detalhada do rim ou da pele.

 

Afeta mais homens ou mulheres, jovens ou idosos?

O lúpus é muito mais comum em mulheres (de 7 a 10 vezes mais que em homens) e jovens (dos 20 aos 30 anos), mas pode acometer pessoas de qualquer idade, inclusive crianças! A doença acomete 150 pessoas a cada 100mil indivíduos e pode ser mais grave em mulheres não brancas (afrodescendentes e asiáticos).

 

Quais os principais sintomas?

Todos os órgãos do corpo podem ser acometidos pelo lúpus, mas os mais afetados são: pele, articulações, rins, sangue, coração e pulmão! Na pele o achado mais característico é a mancha em formato de asa de borboleta. Além disso é frequente o aparecimento de manchas vermelhas ou com coloração mais escura em orelhas, V do decote, dorso e braços, todas áreas mais expostas, bem como aftas recorrentes na boca. Em relação às articulações, dor e inchaço podem ocorrer principalmente nas mãos, punhos e joelhos, limitando as atividades do dia a dia. Também pode ocorrer febre, ínguas aumentadas no pescoço, perda de peso, queda acentuada do cabelo e um cansaço fora do normal. Inchaço nas pernas, inchaço no rosto ao acordar, aumento da pressão e urina com espuma são achados sugestivos de que os rins podem estar acometidos pelo lúpus.

 

Como é o tratamento?

O tratamento inclui fotoproteção com uso de protetor solar, camisetas de manga comprida, evitar exposição ao sol mais forte, cessar tabagismo.  Também são necessárias medicações, incluindo corticoide na fase inicial, hidroxicloroquina e imunossupressores para o controle do quadro. Controle da pressão também é fundamental para evitar progressão da doença nos rins.

 

Tem cura?

Em geral, a doença responde adequadamente ao tratamento, permitindo uma vida bastante satisfatória e mesmo totalmente normal, entretanto por ser uma doença crônica não se fala em cura, mas sim em controle adequado da doença. 

 

O que a Dra. diria para quem já foi diagnosticado com o lúpus?

Se você foi diagnosticado com lúpus, minha dica é cuide bem da sua doença desde o começo. Se você seguir as orientações médicas adequadamente sua chance de ficar bem é grande. Cuide do seu físico e do seu emocional, os dois são complementares.  

 

Informações: Sociedade Paulista de Reumatologia

Acesse: https://www.reumatologiasp.com.br/

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