Além da execução, hino envolve aprendizado

No Colégio Jandyra, alunos participam da execução do hino nacional há 23 anos

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Escolas que entoam hino semanalmente contam como atitude serve para reflexão e objeto de estudo

No centro de discussões da última semana, a execução do hino nacional em muitas escolas já é prática comum. Mais do que entoar o hino, há unidades que o utilizam como objeto de estudo e reflexão. Pelo hino, os educadores falam de português, história, geografia e abordam assuntos do cotidiano nacional.

A execução do hino nacional nas escolas, semanalmente, é obrigatória desde 2009. A lei foi assinada pelo então presidente em exercício José Alencar e por Fernando Haddad, respectivamente vice-presidente e ministro da Educação no segundo governo Lula.

Diretora pedagógica da rede municipal de ensino, Adriana Dibbern Capicotto cita que as unidades da rede têm liberdade para escolher qual será o melhor dia para a execução. No entanto, semanalmente, todas entoam o hino nacional e o de Limeira. "Mais do que cantar uma vez por semana, o hino nacional é um importante objeto de estudo. Desde pequenos, eles aprendem a letra, os significados das palavras que, muitas vezes, não estão no cotidiano dessas crianças. A partir do 3º ano, esse ensino é ainda mais intensificado", disse.

Adriana comenta que, com o hino, é possível ensinar o português, história e geografia. "Eles aprendem em que contexto histórico esse texto foi escrito e conhecem seu valor histórico. O hino está inserido no currículo municipal", comentou.

Independente das polêmicas, ela ressalta que as escolas buscam valorizar o hino. "As crianças aprendem a olhar para o passado para compreender o futuro". A letra do hino foi escrita por Joaquim Osório Duque Estrada e a música elaborada por Francisco Manuel da Silva. O Hino Nacional Brasileiro foi criado em 1831 e teve diversas denominações antes do título, hoje, oficial.

HÁ 23 ANOS

No Colégio Jandyra, mesmo antes de se tornar lei, os estudantes e profissionais já se reuniam para entoar o hino uma vez por semana. Professor da Unicamp e um dos proprietários do espaço, José Geraldo Pena de Andrade, cita que o costume ocorre há 23 anos. "Quando falamos com ex-alunos, um dos momentos que eles mais se lembram e sentem falta é do hino nacional. Temos essa tradição mesmo antes de ser obrigatório e valorizamos esse momento para que eles aprendam mais do que cantar o hino".

Segundo ele, é nesse momento que os estudantes podem discutir com os professores notícias sobre o país e conhecer exemplos positivos de honestidade e respeito ao outro. "Eles aprendem a gostar de seu país, seus símbolos e respeitar ao outro". Segundo Andrade, o hino nacional precisa ser normal nas escolas. "O civismo não tem relação com partido ou correntes políticas. A intenção é formar os alunos também como cidadãos e resgatar valores", disse.

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