Coisas que só acontecem com quem está na folia

Tudo pode acontecer na empolgação do carnaval, especialmente para os músicos

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Histórias com músicos durante os bailes, nos intervalos e também em desfile de rua

Os bailes de Carnaval são grandes palcos para acontecimentos inusitados. Quando o repertório é composto por marchinhas, em geral, as de antigamente, o ritmo aumenta e durante as execuções tudo pode acontecer. A seguir, vamos relatar histórias que aconteceram com músicos durante os bailes, nos intervalos e também em desfile de rua.

Um lugar de destaque

A comissão organizadora do Carnaval do clube preparou tudo com muito esmero e escolheu um lugar especial para a banda. O palco foi montado a uma altura de dois metros, bem em frente da pista de dança. Dali, todos os músicos viam os foliões e todos os foliões viam os músicos. A pegada era tocar e dançar no ritmo do público e sem parar nem um minuto sequer. Desta forma, todos se sentiriam animados para fazer a melhor festa que o clube já havia organizado.

Entre as evoluções e os passos, os músicos tinham que fazer rodopios regulares e, logo em seguida, retomar seus postos no palco. Foram muitos dias de ensaios. Porém, com o ritmo frenético do Carnaval, um dos músicos colocou muita vida em sua dança, que calculou mal a distância e caiu do palco.

A sorte foi que logo abaixo, foi montado um cordão com seguranças e no momento, alguns estavam atentos aos movimentos do músico e conseguiram segurá-lo antes de chegar ao chão ou cair sobre algum folião. Coisas que só acontecem com quem está na luta e se coloca inteiro no trabalho.

Cadê os lanches?

A banda estava preparada para tocar das 23h até depois das 4h. Os músicos, inteiramente afiados e em forma. E o baile de Carnaval começou e se estendeu pela madrugada. No palco – é trabalho –, e os músicos deram tudo de si, até que chegou o momento do lanche. 

Afinal, ninguém é de ferro. Todos saíram e se dirigiram ao banheiro e em seguida, foram dar uma volta pelo salão e comeram alguns petiscos fora do camarim mesmo. Esqueceram-se dos lanches da comissão organizadora.

Enquanto os músicos estavam fora do palco e dos camarins, a pessoa encarregada de levar os lanches a eles chegou e não os encontrou ali. Para não perder tempo e atender a outros compromissos no salão, ele deixou o lanche de cada um perto dos respectivos instrumentos. Nos instrumentos em que era possível, ele colocou dentro (empurrou bem) e saiu para dar continuidade aos seus afazeres porque o salão estava lotado e os trabalhos eram muitos.

Quando voltaram para fazer a parte final do baile, o pessoal da percussão começou a tocar pra chamar os foliões. Enquanto isso, a turma dos instrumentos de metal foi até seu posto e tentou começar a tocar, porém só se ouviu o som do trompete. Os sax e trombones ficaram mudos. Não teve jeito, as pessoas que estavam perto, e viram o que aconteceu, começaram a rir da cena cômica. O jeito foi levar na esportiva e continuar o baile como se nada tivesse acontecido.

Bonito é o maestro

Esta história aconteceu em um desfile de rua, com meu amigo Marquinho Carneiro – ele me autorizou a citar o nome. Foi logo no primeiro dia de desfile, justo na abertura da festa. Na ocasião, estavam presentes prefeito, secretários, vereadores, secretário da Cultura, membros da Comissão Organizadora do Carnaval e muitas pessoas do público e de outras agremiações que iriam desfilar.

Marquinho dirigia (e ainda dirige) a Escola de Samba da Terceira Idade em um clima de muita amizade e descontração. Tudo estava pronto para começar o desfile e a Terceira Idade daria a largada. O maestro levantou os braços, pronto para começar e, no exato instante, um grupo de moças de outra escola passou por ali, todas felizes e descontraídas, com trajes de fazer parar o trânsito.

E não deu outra... Os músicos viraram de costas para o maestro para observar a maravilha espontânea que ali se desenhava. Neste momento, com perspicácia, voz impostada e a plenos pulmões, Marquinho deu a voz de comando: – Atenção, pessoal!!! Olhem para mim!!! Aqui e agora, o bonito sou eu!!! Um, dois, três, quatro... E o desfile começou debaixo de muita risada.

Pois é, aquela história que diz que o líder já nasce feito, não tem como contestar...

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