Com alta nos preços, dica é optar pelas frutas da época

Uma das frutas da época é a laranja ponkan, que é uma das mais consumidas agora

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Produtor cita falta de água, preços dos insumos com a pandemia e o clima como influenciadores na elevação dos valores

O consumidor tem se reinventado para tentar driblar o aumento dos preços dos alimentos em geral e optado por produtos mais em conta. Segundo o índice de preços da Ceagesp, o mês de junho encerrou com leve alta, de 0,6%, após uma sequência de cinco quedas consecutivas no ano. Em junho, o setor de frutas teve alta de 2,42%. Os principais aumentos ocorreram nos preços da uva niágara (41,0%), do abacate fortuna (34,6%), do figo (22,5%), da ameixa estrangeira (13,9%) e da maçã gala (13,3%). As principais quedas se deram nos preços da atemoia (-21,9%), do morango (-21,8%), do maracujá azedo (-15,6%), do caju (-14,5%) e da goiaba branca (-13,8%).

Com a alta dos preços, a dica da produtora rural Maria Vânia Pereira da Silva é optar pelas frutas da época, como laranja ponkan, limão, morango, entre outras, que estão com preço mais em conta. “Os preços subiram e temos que aproveitar para consumir as frutas da época”, diz.

O produtor rural Guilherme Herget comenta que há alguns pontos para levar em consideração no aumento das frutas. “Falta de água, preços dos insumos com a pandemia e o clima influenciam nos preços. O produtor tem que repassar ao consumidor para conseguir manter a produção”, diz.

Herget ressalta que o transporte também influencia no preço, pois muitas frutas vêm de outros estados. “A manga que vemos hoje por aqui vem do Nordeste, por isso, o valor é mais alto. A produção por aqui começa a partir de novembro”, observa. Ele cita ainda o preço elevado da laranja. “A falta de produtividade é um fator importante. A região sofre com o greening que tomou conta dos pomares. Vemos no varejo frutas de outras regiões que ainda conseguem uma melhor produção”, explica.

O produtor João Fischer salienta que a laranja pera teve alta no preço justamento por conta da falta de produção na região. “A doença tomou conta de muitos pomares que tem dado lugar a outras culturas. Hoje, Limeira não é mais conhecida como a terra da laranja, mas dos citricultores. A maioria tem migrado para outras regiões, onde o greening ainda não está tão presente”, comenta. Ele diz que a ponkan, fruta da época, teve pequena alta no custo neste ano, de R$ 1,20 passou para R$ 1,50 o quilo para o produtor. “No varejo, vendo a R$ 3,50 o quilo”, diz.

Os produtores rurais participam da Feira do Produtor Rural de Limeira, que acontece no Jardim Santo André e no Parque Cidade.

VERDURAS

Embora no frio o consumo de folhas cai bastante, o clima favorece a produção de verduras. “As pessoas não querem comer salada no inverno, mas o cultivo é excelente. Para se ter ideia, colho pé de alface de 1,5 kg agora, no verão não passa de 400 gramas. Com o calor, a planta entra em estresse e começa a murchar e não cresce. Assim, perde a qualidade. No inverno, crescem muito”, explica Herget.

Segundo produtor, hoje o preço final nos mercados gira em torno de R$ 1,89 a R$ 2,69 dependendo da margem de lucro dos supermercados. Em dia de promoção é possível encontrar a R$ 1,29. No verão, o valor mínimo praticado é de R$ 3,49.

Ele cita que, por outro lado, aumenta o consumo de brócolis e couve-flor porque as pessoas optam por refogados. “Só conseguimos produzir nesta época do ano na nossa região porque as folhas protegem do sol e inverno as folhas não murcham e não queimam”, explica.

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